Humanidade Suprema │ Feitiço Viral

Capítulo Sete - Primeiros Passos na Academia

Já haviam se passaram alguns dias desde que Lyra atravessou o portal, sua primeira visão do novo universo chamado Clarídia ou simplesmente caverna, foi incrível, ela e os primos saíram para um local repleto de carros voadores, pessoas usando roupas estranhas e a tecnologia mais estranha que ela já havia visto.

Ainda não estava totalmente acostumada, mas agora ela se preparava para iniciar seu primeiro dia na academia. Surpreendentemente, não havia um uniforme próprio para ela, pois Dick explicou que os uniformes seriam fornecidos apenas a partir do segundo ano da academia, que correspondia ao ensino médio e superior ao mesmo tempo. As crianças frequentavam a escola comum aqui, e no primeiro ano da academia, aprendiam um pouco de cada profissão e revisavam o que haviam aprendido na escola, uma introdução perfeita para transformar Lyra em uma cidadã dos Supremos.

Lyra abriu a janela, deixando uma brisa suave entrar no quarto de hóspedes da mansão de Dick e Sofia. Ela não fazia ideia de que eles eram ricos, pelo menos nesse mundo dos Supremos, já que não podiam demonstrar grande riqueza no mundo civil, porque o cambio afetaria a economia.

Acima dela, a caverna se estendia para além da vista, seu teto inatingível. O lugar era vasto e misterioso.

Ao atravessar o portal, Lyra havia caído por cima de Dick em uma sala, o que a deixou envergonhada mais tarde, quando se lembrou disso. No entanto, naquele momento, estava muito ansiosa para explorar o local. A sala era impressionante, um espaço enorme cheio de portas, cada uma aparentemente ligada a um portal diferente. Mas Lyra perdeu o fôlego quando finalmente saiu da sala.

Claridia é um universo totalmente novo, onde não existe um cosmos, ou espaço sideral, mas tudo o que seriam os gases no universo civil de Lyra, aqui eram sólidos, logo não existiam nem mesmo planetas. Sofia explicou, com certa relutância, que viviam em bolsões de atmosfera, que possibilitaram a existência de vida, isso é o universo da caverna, situado entre os dois universos. Seus habitantes de chamam de Malrandianos, a capital Malrandir é gigantesca, com um teto escuro que dava a sensação de estar sempre à noite. 

Se não fosse pela luz do sol do outro mundo, apenas as casas e postes de luz não seriam suficientes para iluminar a cidade, apesar de em certos períodos o sol da caverna iluminar as rachaduras do teto inacreditavelmente alto da caverna, mas isso o tornava um céu estrelado, mas parecido com uma chuva de meteoros dourados capturados no tempo, do que com estrelas.

Lyra inicialmente achou que a cidade era comum, mas quando finalmente foi para as ruas da cidade percebeu a arquitetura clássica, greco-romana, as casas modernas, casas do futuro flutuando longe no céu, aquele era um universo antigo, que conservou estruturas históricas; além disso há o enorme portal que corta a lateral da metrópole, levando a um campo verde e a uma cidade quase invisível ao longe. Lá fora, era dia, a luz do sol do terceiro universo, o supremo, banhando toda a caverna.

Assim que acordou, saltou da cama, respirando o ar puro que entrou quando abriu a janela. 

—Isso é loucura! — Ela ainda não conseguia acreditar.

Uma voz feminina a chamou de trás da porta do quarto o que a despertou das memórias.

—Senhorita Lyra — disse a voz — A senhorita Sofia pediu para que eu a chame.

—Já estou descendo, Rosa. — respondeu Lyra.

Rosa era a governanta da mansão, uma mulher gentil. Lyra ainda não havia conhecido outros empregados, nem sabia se existiam outros na mansão, já que ela havia chegado há pouco tempo. Mas tinha visto Rosa realizar as mais diversas tarefas usando magia, o que sempre a deixava impressionada. Ela costumava ver Rosa no corredor, cercada de panos, produtos de limpeza, rodos e vassouras flutuando ao seu redor, como se tivessem vida própria.