— Já pedi desculpas, só não gosto de intimidades — disse Sofia. — Além do mais, não sei se você vai passar vergonha. Eu não quero ser indelicada, mas não vou arriscar a pouca honra que me restou. Você sempre andou com o Toni, não sei se pegou o jeito incompetente dele.
As duas estavam em frente a entrada na parede oeste da caverna. Segundo Sofia, estavam de volta ao centro de transporte para pegar suas coisas, Lyra também foi porque estava curiosa sobre os transportes que podiam ser alugados ou solicitados em missões oficiais. Dick havia pedido para elas esperarem ali, pois ele tinha recebido uma missão e partiria imediatamente, o que fez com que Lyra, além de chegar atrasada no primeiro dia de aula na academia, também teve que sair mais cedo.
Ela quase conseguia sentir qualquer chance amizade com os outros recrutas da sala desaparecer.
Lyra questionou Sofia sobre a maneira estranha como ela reagiu na entrada da academia. Agora, a menina não parava de soltar desculpas, como se estivesse treinando o que dizer desde que elas se separaram. Quando foi buscar Lyra na aula de introdução à sociedade, agiu como se nada houvesse acontecido. Isso fez com que Lyra perguntasse, e agora ela só desejava ter deixado de lado o assunto.
— Não tem problema— disse Lyra mais uma vez. — Só não queria ter deixado a aula tão rápido. Não podíamos esperar até amanhã?
— Não sei que tipo de missão ele recebeu, deve ser importante..., mas você entendeu, né? Desculpe se eu fui rude...
— Você pedindo desculpas? — exclamou Dick. Ele estava a poucos metros delas, acompanhado de duas mochilas grandes, pareciam pesadas, apesar de ele não parecer se esforçar em segurá-las.
—É melhor que tenha um bom motivo. — Sofia assumiu seu tom típico de superioridade. — Foi meu primeiro dia, quero finalizar meus cursos o mais rápido possível...
Dick jogou uma mochila para ela, o que a calou imediatamente, aparentemente a mochila era pesada já que derrubou a garota, o que causou uma crise de risos em Dick e Lyra. Sofia não reclamou, embora estivesse com o cabelo desgrenhado, apenas se limitou a vasculhar a mochila.
Assim que recuperou a compostura Dick explicou o que havia acontecido na reunião horas antes, embora não pudesse contar muito além da missão.
—Eu não tenho ideia de por onde começar — terminou por fim.
Sofia estava realmente feliz, apesar da preocupação de seu irmão. Ela balançava em direção a Dick uma varinha mágica que encontrou na mochila, enquanto murmurava como aquela missão poderia render boas condecorações para ela e a família.
— Eu carreguei a varinha com feitiços prontos. — Dick lembrou. — Você só precisa da palavra certa para liberar, não tem que saber mais que isso, não tem nada perigoso aí, só cura e feitiços de proteção.
—Ah, mas isso é muito desperdício, por que não umas bolas de fogo? — perguntou Lyra. — E eu posso ter uma?
Dick coçou a barba rala.
—Você não precisa de nada disso aqui, e vai aprender a fazer esse tipo de coisa sozinha, já que escolheu o caminho da magia.
— Péssima escolha. — Sofia zombou, mas estava de bom humor agora.
Lyra mostrou a língua o que fez Sofia se calar e Dick rir.
— Sabe, eu ate gosto de magia, só prefiro a tecnologia por ser mais prática — disse Sofia, guardando a varinha e fazendo alguns alongamentos. — inclusive porque não pediu permissão para usar as runas ou unrar? Essas mochilas estão pesadas.
— Partir imediatamente. — Dick deu de ombros. — E tecnologia só parece ser mais prática. Você trabalha um ano para comprar uma bazuca, e para recarregá-las também é caro. Também leva um ano para aprender a fazer bolas de fogo — explicou ele, abrindo a mão e fazendo surgir uma bola de fogo que produziu ondas de calor nos três. Lyra parecia encantada.
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Humanidade Suprema │ Feitiço Viral
FantasíaEm um cosmos repleto de segredos e maravilhas, três universos singulares coexistem, cada um com sua própria essência e destino. No epicentro dessa narrativa cósmica, emerge uma batalha épica que transcende as barreiras da magia e da tecnologia, amea...