Capítulo Trinta e Sete - Último Recurso

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A tensão pairava no ar enquanto Dick, Cassie e Lyra saíam da sala macabra e retornavam ao mundo exterior, deixando para trás o terrível cenário que haviam descoberto. Enquanto saíam do subsolo, suas mentes giravam, tentando assimilar a brutalidade do que tinham testemunhado.

Ao chegarem ao exterior, depararam-se com o cenário caótico. O incêndio na floresta continuava a se alastrar e havia aumentado muito, porém, além das chamas, agora havia a presença de veículos e helicópteros da ONU, azuis e com o simbolo do mapa mundi. Os furgões e helicópteros se aproximavam cada vez mais, e a sensação de que algo estava terrivelmente errado crescia a cada segundo no coração do trio.

— Isso não pode ser bom — murmurou Cassie, olhando para o horizonte onde os veículos se aproximavam. — Por que a ONU estaria enviando tropas para cá?

— Não sei, mas não parece uma coisa boa. — Lyra olhou preocupada para ela.

— Você está se sentindo melhor? — Cassie não olhava para Lyra, mas sua voz soava preocupada.

— Um pouco envergonhada por ter me auto nocauteado. — Lyra deu de ombros

Dick permanecia em silêncio, seu rosto ainda contorcido pela culpa e pela visão horripilante que tinha acabado de presenciar. Ele se perguntava como poderia lidar com aquilo tudo nunca tinha pensado muito sobre os transfigurados, agora não os tirava da mente, sem saber nomear o que sentia.

Enquanto os três observavam a aproximação dos veículos, Kay, Sofia, Chuck e Toni, junto com os outros membros do grupo, começaram a emergir da floresta devastada correndo em direção a eles. Nico era carregado por um garoto alto de cabelo cumprido, atrás deles os helicópteros se moviam freneticamente no ar e os furgões no solo, conseguiam passar por cima das arvores no rastro de destruição, ainda assim pareciam receosos, como se não soubessem até onde poderiam se expor.

Os sobreviventes estavam visivelmente feridos e exaustos, mas vivos. O alívio se espalhou pelo coração de Dick ao perceber que Nico havia sobrevivido à batalha e que poderiam partir.

— Dick, você está bem? — Kay se aproximou de Dick com a testa franzida.

Dick balançou a cabeça em um gesto vago. 

— Não sei, Kay. Não sei se algum de nós está realmente bem depois do que aconteceu, mas temos problemas mais urgentes

— Isso está ficando cada vez mais estranho. — Sofia se juntou ao grupo e olhou para a direção dos veículos da ONU.  — Por que eles estão aqui?

Chuck, que ainda parecia exausto, foi ate Dick, acenando para Lyra que o cumprimentou de volta.

— Maia, ela chamou reforços. Ela estava desesperada para vingar o que aconteceu com Kafta Hestringe, apesar de Toni ter colocado tudo a perder.

Toni já estava próximo, ajudava um garoto a se manter de pé e lançava feitiços que pareciam aliviar a do dos outros, mas ouviu Chuck e lançou a ele um olhar que pareceu fazer o garoto murchar.

— Toni está aqui?! — Lyra se animou, percebendo o primo se aproximar.

— Olá Lyra. — Toni piscou para ela. — Primeiro um roubo a banco e agora está incomodando a ONU hein.

— Eu estava dormindo! Não sei o que aconteceu, dessa vez não foi culpa minha! — Lyra se defendeu, mas não conseguia conter o sorriso. — Eu iria te chamar juro, mas aconteceu um acidente.

— Acredito em você. — Toni pareceu relaxar e retribuiu o sorriso.

— O que Chuck quis dizer? 

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