Capítulo Vinte e Quatro - A Batalha no Pico da Estátua

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O caminho até a estátua estava lotado como sempre, a maré de turistas movia-se em todas as direções, ao menos acobertava a passagem de Dick e Sofia, embora a cada esbarrão em Sofia desencadeava uma cascata de gritos e palavrões, ameaçando chamar a atenção indesejada dos aliados de Maia, ainda assim era inútil Dick pedir que Sofia se acalmasse. 

Eles se perguntavam se algum deles seria ousado o suficiente para usar magia em público.

Navegar pelo Rio de Janeiro não era uma tarefa difícil, especialmente com a majestosa estátua do Cristo Redentor erguendo-se como um farol no horizonte. Logo, encontraram o elevador que levava ao ponto mais alto, onde raramente os visitantes eram permitidos. No entanto, outro obstáculo surgiu em seu caminho: o mar de turistas.

— Provavelmente a espada está fincada em um lugar mais alto que o ombro — sugeriu Dick, mas sua voz foi cortada quando ele testemunhou Sofia envolvida em uma discussão acalorada com outra garota. Aparentemente a menina havia pisado no pé de Sofia, e nenhuma das duas estava disposta a recuar.

Sem pensar duas vezes Dick correu para o lado contrário aproveitando e distração e torcendo para que o seu treinamento o escondesse dos guardas e garantisse que ele estava indo para a direção certa. Esquerda, um longo corredor, Esquerda, Direita, descendo uma escadaria, Esquerda novamente e Dick deparou com o elevador de serviço.

Estava sem seguranças, mas só poderia ser acessado com um cartão. Um problema simples para quem vive em um uma realidade tecnologicamente mais avançado que tudo o que o universo civil já havia desenvolvido. Para Dick a segurança dos civis era tão primitiva quanto á da idade média.

Ele olhou para os lados se certificando de que não havia mais ninguém por perto, depois correu até o painel de acesso e recitou um encantamento, ele não era bom com encantamentos comuns, onde se recitava uma espécie de oração a algum ser místico, mas para se tornar um mago deve-se estudar tudo, no caso, Dick estava recitando um encantamento puro, ainda mais difícil e demorado, era como preparar uma receita de matéria escura, citando os átomos, e suas construções moleculares para o fim devido, mas era a melhor forma de hackear o sistema sem sequer saber como funciona. Segundos depois a porta do elevador se abriu.

Uma expressão de realização já estava se formando no rosto de Dick quando alguém cutucou as suas costas, causando um susto tão grande que ele saltou.

— Você não me esperou. — Acusou Sofia com um olhar ao mesmo tempo entediado e irritado.

— Tem ideia do susto que me deu?! — Respondeu Dick se forçando a manter a voz baixa.

Sofia apenas deu de ombros e abriu um sorriso malicioso.

— O que aconteceu com aquela menina? — Perguntou Dick tentando se acalmar.

Sofia entrou no elevador, acompanhada por Dick.

— Ah, chamaram uma ambulância para ela, eu fugi antes que percebessem, agora devem estar todos me procurando... — Respondeu Sofia, mas ao ver o olhar de espanto no rosto de Dick, ela completou. — Eu apenas causei uma indigestão nela com uma daquelas varinhas que você me deu.

— Não pode usar feitiços em civis, mesmo os de cura, eles não têm nenhuma resistência.

— Então eu te segui. Nunca vão pensar que eu vim até aqui. — Sofia ignorou o olhar de indignação do irmão e continuou. — Então vamos logo com isso.

"Essa não era a questão" Dick queria dizer, mas desistiu.

*

Logo eles estavam no topo da estátua, Dick saiu para dar uma olhada e se separou com uma cena inusitada. 

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