Humanidade Suprema │ Feitiço Viral

Capítulo Quatro - Perseguição

Dick e Lyra saíram de casa depois de Sofia, que já estava aguardando do outro lado da rua, onde uma mulher estava ocupada procurando sinal no celular, mas algo nela era estranho a Dick que lançou a ela um olhar desconfiado, se lembrava que a mesma mulher estava na rua quando se encontrou com Toni e achava estranho o fato de ela ainda estar ali. A ansiedade de Lyra era evidente, ela repedia as coisas que tinha que fazer assim que chegasse como separar suas roupas e revisar o cronograma das aulas. 

— Eu chamei um táxi, mas parece que estão sem pessoal — Explicou Sofia quando Dick e Lyra se aproximaram. — Estão todos indo para o Elísio.

— É o país natal dos supremos, Lyra. Ultimamente as coisas estão... tensas. — Dick, deu ênfase ao "tensas".

— Por que essa falta de pessoal? — Perguntou Lyra — Achei que não teriam esses problemas em uma sociedade altamente avançada.

— Humanos são humanos — Argumentou Dick. — E a tecnologia não pode fazer tudo por nós, já tivemos inúmeros problemas com robôs auto conscientes, então os políticos do Pináculo Celestial proibirão a automação nesse nível, então dependemos de mão de obra.

— Também há o fato de que os robôs causavam um grande desemprego — Sofia acrescentou. — Depois adquiriam auto consciência e com isso, almas, ou seja eram considerados humanos o que causava uma crise institucional, o mesmo vale para os homúnculos criados por magia, então criar vida muito parecida com a humana em forma artificial se tornou proibido.

— Isso tudo é fascinante. — Lyra estava empolgada embora ainda estivesse ansiosa. — Mas bem difícil de entender, o inquisidor me explicou um pouco; contando com o universo civil são três, a caverna e o universo supremo.

— Esta certo. — Sofia acenou concordando. — O universo supremo é o primeiro e o mais antigo, a caverna é o segundo mais antigo e age como intercessora pelo universo civil, para evitar a interferência e garantir que esse universo se desenvolva naturalmente.

— São como cônsules, certo? — Perguntou Lyra.

— Acho que sim, basicamente a única coisa que realmente temos de especial em comparação ao universo civil, é que nunca fomos reiniciados; todo universo renasce em um big bang a cada 20 bilhões de anos e isso acontece 3 vezes ate ele morrer; mas o universo supremo conseguiu evoluir rápido ao ponto de conseguir proteger a sociedade deles da primeira reinicialização. — Sofia explicou, sem perceber que Lyra já havia se perdido em meio as informações.

— Da segunda vez eles ajudaram o universo da caverna que havia surgido na segunda era do universo supremo — Dick continuou, enquanto Sofia voltava seus olhos para a tela do celular. — E por isso sabemos nossa história, aprendemos com os erros, apenas o universo supremo tem quase 60 bilhões de anos, até por isso estão com problemas de super população e de recursos... 

— Chamei um motorista, ele vai nos levar para o portal. — Disse Sofia interrompendo — É muito trabalhoso pegar portais intermediários, mas não temos escolha, os portais são muito regulamentados aqui no universo civil, se tivéssemos permissão poderíamos abrir um diretamente para a mansão da família, ou ao menos pedir pelo transporte em um carro dae Malrandir ate o centro de transportes.

Lyra estava ainda mais curiosa, mas conseguiu se controlar bem. Não demorou muito para o carro chegar. Sofia se acomodou no banco da frente, enquanto Lyra e Dick foram para trás. O motorista era simpático, mas parou de falar depois de perguntar sobre o destino, em Poá, ao que Sofia respondeu que não era da conta dele. Eles seguiram a viagem em silêncio, exceto pelas pernas trêmulas de Lyra, que ocasionalmente batiam na porta do carro. Dick tentou tranquilizá-la, mas não compreendeu completamente que ela estava mais ansiosa do que com medo.