Capítulo Onze - Missão em São Paulo

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São Paulo, que costumava ser uma cidade agitada, estava excepcionalmente tranquila naquele dia. As ruas, normalmente cheias de pessoas, vendedores, produtos, cartazes e músicas de todos os tipos, estavam quase desertas. Viaturas policiais e guardas patrulhavam as ruas, becos e avenidas, até mesmo dentro de lojas.

Nesse cenário, surpreendentemente, um táxi apareceu do nada, pegando todos os presentes, incluindo policiais, de surpresa. A reação dos agentes da lei levou Merlin a optar por uma de suas soluções favoritas. Após praticamente arremessar Dick e Sofia para fora do carro ao lado da estação Anhangabaú, Merlin acelerou e partiu em alta velocidade. Se ainda havia alguma dúvida quanto à inocência da situação por parte dos policiais, ela desapareceu rapidamente naquele momento.

A última imagem que Dick teve do táxi, foi vê-lo manobrar por uma barreira de viaturas policiais enquanto os pneus do veículo eram protegidos por magia dos tiros. A visão o fez sorrir.

Após algumas reclamações de sua irmã pela falta de um plano coerente, Dick começou a procurar o prédio que Lyra havia indicado. Sofia o seguiu, ainda exigindo um plano claro.

—Temos um plano, em primeiro lugar, precisamos tentar rastrear esses vazamentos de alguma forma. Eles estão espalhados pela deep, o que torna isso complicado — disse Dick.

—Impossível, na verdade — corrigiu Sofia.

Após desviarem de várias patrulhas, policiais, guardas e até mesmo um soldado montado a cavalo (Dick não sabia que existia guarda montada no Brasil), finalmente encontraram o que estavam procurando ao virar uma esquina, ficou claro porque Lyra não teve duvidas de que eles saberiam onde procurar.

No céu, um enorme "S" dourado se destacava completamente na paisagem urbana, parecia com um balão para os olhos comuns, mas eles sabiam que era uma ilusão mágica. A visão causava vertigens, a magia era completamente proibida no universo civil, aquela demonstração clara de poder era surreal, como se os humilhasse e desafiasse a fazerem algo a respeito.

Não foram necessárias palavras, quando trocaram olhares perceberam que sabiam o que deviam fazer. Seguiram até encontrarem o prédio, uma construção alta, de três andares e longa, em frente, bem acima da porta de entrada, lia-se: — SALASTIEL - achados mágicos, livros, históricos e mais.

—Mas esse é o nome da nossa família! — exclamou Sofia completamente indignada, empurrou Dick para longe e assumiu a liderança.

—Espere, Sofia! — Ele a segurou pelo braço, e sua expressão indicou à irmã que eles deveriam proceder com cautela. Sofia respirou fundo e concordou, porém ainda foi na frente.

A porta estava trancada, com um aviso de que não abririam naquele dia. Sofia se divertiu queimando o aviso com um isqueiro, apesar do olhar crítico de seu irmão.

Era óbvio que ela estava irritada por alguém estar usando o nome da família para se promover. Dick estava pronto para contê-la antes que ela tivesse a ideia de por fogo no responsável também, embora suspeitasse de quem eles estavam atrás.

O primeiro andar estava cheio de quinquilharias, coisas que pareciam ter saído de lojas baratas de Malrandir. As plantas à venda eram consideradas ervas daninhas, e o item mais valioso parecia ser um livro da academia, talvez roubado ou, mais provavelmente, desatualizado e descartado.

Após verificar o primeiro andar e não encontrar ninguém, eles começaram a subir as escadas até que ouviram vozes. Se abaixaram e subiram devagar, enquanto Dick lançava um encantamento simples de silêncio, os encantamentos não são sua especialidade, já que demandam saber a língua antiga e ele preferia se poupar nos estudos, a não ser da magia pura.

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