Capítulo Trinta e Um - Malrandir

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A travessia foi rápida e envolvente, a sensação calor instantaneamente substituiu o frio da encosta do monte. Quando saíram do outro lado, encontraram-se em uma sala ampla e iluminada, com paredes de brancas e repleta de portas. Uma porta de madeira avermelhada ocupava o centro da sala branca.

Sofia já estava ali, gesticulando para que se apressassem. Os olhos de Cassie brilharam quando o trio atravessou a porta e se viram de volta à sala de transportes.

— Nunca vou me acostumar. — Disse Cassie sorrindo.

A sala de transportes, como sempre, era um espetáculo de tecnologia variada misturada a artefatos mágicos. Eles saíram do portal central, onde o arco de cristal refletia as luzes da cidade. Dessa vez haviam outros arcos de portal, menores que o principal, com certa de três metros de altura, eram carregados por agentes do centro de transportes de uniformes cinza com contornos amarelos.

O trio desceu a escada ate o pátio onde foram recebidos pela mesma mulher que liberou o portal da última vez, mas agora era parecia um tanto irritada, seu cabelo ainda estava preso firmemente atrás da cabeça e sua expressão era dura como pedra.

— Voltaram, vejo. — Agora além da aparência de uma professora de 40 anos de idade ela também pareceu ter adquirido o jeito ranzinza de falar.

— Olá... — Dick percebeu que não sabia como chamá-la. — Senhorita.

— Eu me chamo Glenda. 

— Vejo que estão em reforma.


— Dick e Sofia Salastiel. — Ela olhou para cada um deles, pronunciando o sobrenome como se acabasse de pensar nele, como se uma ideia tivesse surgido naquele instante. Segurava uma tela onde anotava informações. — Talvez possam fazer algo a respeito...

— O que está acontecendo? — Sofia se intrometeu.

— Nosso antigo administrador deixou o cargo para mim, a principio fiquei felicíssima, mas era uma armadilha. Veja. — Ela ergueu as delicadas mãos, gesticulando de forma elegante para toda a movimentação ao redor. — Nossa marechal, Jeane, esta solicitando que os portais sejam entregues ao exercito, não podem nos pedir para contar o segredo para acessar o universo civil, mas querem descobrir por si só. Não posso acreditar que o chanceler permitiu tamanha ousadia.

Ao redor deles arcos de portais de várias cores e tamanhos eram carregados para a entrada do centro de transportes, onde naves do tamanho de aviões jumbo eram carregadas com eles.  Todo o centro de transportes estava em agitação, os agentes claramente estavam obedecendo ordens a contra gosto, todos tinham iguais expressões de raiva e descontentamento.

— Isso vai gerar o maior caos. —Dick murmurou, alto o suficiente apenas para Cassie ouvir.

— É inaceitável! O conhecimento dos portais pertence exclusivamente a nós! — A administradora Glenda soava extremamente irritada, como se esperasse ser desafiada. Ela parecia pronta para atacar qualquer um que ousasse contradizê-la.

— Acalme-se, nos diga o que aconteceu. — Sofia soou extremamente empática, Dick lançou a ela um olhar confuso que ela ignorou. — Tenho certeza que deve haver uma boa desculpa para isso.

— Se existe então não fui comunicada. — Glenda segurou sua tela com ambas as mãos, como se fosse o pescoço do responsável. — Apenas mandaram que entregássemos amostras de portais para estudos. O exercito sabe muito bem que se pedissem o conhecimento diretamente envolveria muito burocracia, eles estão nos roubando e  não posso fazer nada! O antigo administrador sabia! Tenho certeza que sabia, se não, porque me deixar no cargo e desaparecer?!

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