Capítulo Vinte e Um - Revelações

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Na manhã seguinte, Lyra acordou com o chamado de Dick, embora, na verdade, não tivesse conseguido pregar os olhos durante a noite. Durante toda a madrugada houveram constantes sons de passos apressados pela casa, pessoas carregando coisas e sussurros que dominaram o ambiente, a movimentação persistiu por horas a fio. Quando finalmente amanheceu, os sons cessaram, deixando para trás apenas o silêncio que pairava sobre a mansão.

Ao descer para o andar inferior, Lyra encontrou Cassie, Dick e Sofia, visivelmente confusos. Juntos, confirmaram o que ela já suspeitava: a mansão estava vazia, sem qualquer sinal da presença dos residentes, nem de Dante, que havia participado do funeral da noite anterior. 

Com os olhos vermelhos pelo cansaço e pela preocupação, Lyra se juntou a eles e relatou o que havia ocorrido na noite anterior, como Maia havia despertado e incitado Belona a organizar os residentes para se preparar contra uma possível invasão do universo civil.

— Ela vai acabar causando a guerra que quer evitar — Disse Sofia irritada. — E nós temos prisões sim, elas são até confortáveis, o objetivo é reabilitar os presos além da punição devida.

Pela primeira vez na vida, Lyra xingou alto.

— Belona me enganou, achei mesmo que iriam matar Maia! Ela falou que queria acumular armas —De repente os olhos de Lyra se iluminaram. — Disse algo... Acho que pode ser uma pista; precisamos ir atrás dela e garantir que ela não seja descoberta pelos civis.

— Ah sim. — Disse Cassie bocejando — Ela vai arrumar a maior confusão. 

— Vamos atrás delas, garantir que não sejam descobertas. — Dick tentou tranquilizar Lyra. — Seja pela caverna ou pelos civis, em ambos os casos ela causaria uma guerra sem precedentes.

— Que pista você acha que têm? — Sofia questionou, seu olhar inquisidor havia retornado.

— Então... na época da escola eu estava fazendo um projeto sobre a cultura na idade média — dizia Lyra — Pedi ajuda de Toni, ele me mostrou um desenho e me contou uma história sobre uma outra espada cravada em uma pedra que não era a lenda do rei Artur, mas a forma da espada... Me lembrou algo que Maia havia comentado ontem.

Lyra pegou um lápis e papel desenhou para ilustrar melhor o que dizia, assim que terminou, o entregou para que Sofia o examinasse.

Ela havia desenhado uma grande espada, com cerca de 1,80 de comprimento, no centro com uma grande empunhadura, com um buraco no centro exato da haste, e quatro fios bem afiados, a lâmina possuía buracos em seu designer, que serviam também como empunhadura.

— Essa é uma configuração proibida pelo que eu aprendi na academia. — Continuou Lyra. — Não há chances de algum civil tê-la recriado por acidente, ou ser simplesmente uma invenção, então provavelmente é a espada 'dele' ou pelo menos foi feita por ele, sendo assim, realmente deve ser dela que Maia está atrás, não sei se é um artefato ou só um item decorativo, duvido que seja a original, mas de qualquer forma precisamos chegar nela antes de Maia.

— O que ela disse exatamente? — Perguntou Cassie confusa.

— Que iria começar a juntar armas começando com a espada de quatro fios.

— Não há falhas na lógica, além do motivo de a espada estar abandonada ou se Toni realmente sabia a sua localização.

— Ele sabe. — Cassie fez uma expressão de desgosto. — Ele adora acumular esse tipo de coisa.

— Certo, acho que vale apena conferir... — Disse Dick sentindo um fio de esperança surgir. — Onde a espada está?

— Calma aí, eu não disse que iria. — disse Sofia sentindo-se confusa e devolveu o desenho — não sabemos se a informação é válida.

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