Capítulo Vinte e Dois - Conflitos

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— Será que estamos no lugar certo? — perguntou Sofia, ela olhava para um grande prédio corporativo abandonado, janelas quebradas e paredes com mais rachaduras que concreto eram a decoração principal. Havia uma placa que antigamente devia identificar o prédio, mas agora após anos de chuva e sem cuidados, se tornou ilegível.

— E então? perguntou Dick. — Batemos?

Sofia deu uma rápida olhada no prédio e sem dizer mais uma palavra, entrou, Dick foi atrás dela.

O lugar estava silencioso, bem incomum, considerando o fato de que estavam no centro da cidade de São Paulo. O andar inferior não parecia ter algo de especial, salvo o lindo hall de entrada que devia fazer as pessoas perderem a respiração quando estava em seus melhores dias. Nem o térreo, ou o segundo, terceiro, quarto até o penúltimo andar tinham algo de interessante.

Subir tantas escadas estava acabando com a paciência de Sofia.

O último andar era o único novo, a porta da escadaria estava impecavelmente limpa e sem nenhum risco. Dentro, a pinturas nas paredes remetendo à era vitoriana, assim como as mobílias impressionantes, as lâmpadas tinham uma iluminação alaranjada, dando ao ambiente um ar de elegância clássica.

Por toda a sala, artefatos antigos decoravam o ambiente.

— Será que ele trabalha para algum historiador? — Perguntou Dick enquanto observava uma aparente cópia do dispositivo de Anticítera. — É impressionante como as equipes encarregadas de encobrir todas as interferências de Clarídia no conhecimento primitivo dos civis não conseguiram eliminar todas as evidências. Os civis reconhecem essa inovação como o primeiro computador do mundo, datado de 200 anos antes de Cristo, e acreditam que tenha sido desenvolvido por eles com base na tecnologia de alienígenas, da pra acreditar?

— Pra começar Clarídia não deveria influenciar os civis, se o império descobrisse seria a maior confusão...

Um barulho em uma sala ao lado interrompeu a conversa. Os irmãos se dirigiram ao local, ainda mantinha a maravilhosa decoração, mas com uma peculiaridade assustadora.

Ali se encontrava uma estranha coleção de artigos do Verdugo, um justiceiro que surgiu há alguns anos, bancava uma mistura do Batman e do Doutrinador, mas desapareceu sem deixar rastros, só uma estranha legião de fãs. Mas à frente deles estavam armas, espadas, adagas e outras coisas que supostamente o Verdugo usava em suas visitas noturnas a criminosos e políticos, mas o estranho é que essas peças não estavam guardadas em caixas de vidro como os artefatos, mas nas paredes e espalhadas em mesas, prontas para uso.

As paredes dessa sala eram decoradas com matérias sobre o justiceiro, dividindo o lugar com as pinturas do século XIX. Quadros com notícias sobre seus feitos, a maioria críticas, mas mesmo esses estavam bem limpos e pendurados em posição de destaque, de maneira que poderiam ser vistos de qualquer ângulo da sala.

— Boa tarde, meus irmãos queridos — disse uma voz sarcástica atrás deles.

Ao se virarem para a voz, se depararam com seu irmão mais velho. Vestia um terno social, camisa e blazer sociais e calça jeans, roupas caras e de bom gosto, o cabelo bem cortado que combinava com as roupas, mas estava descalço, o que lhe dava a impressão de alguém que ainda estava escolhendo o que vestir.

— O que estão fazendo aqui? — perguntou Toni a eles. Apesar do tom amistoso, seu olhar deixava claro que ele estava incomodado. — Não, eu não vou ajudá-los a roubar outro banco.

— O que? — Sofia não entendeu a provocação.

— Você parece estar indo muito bem, — observou Dick em um tom igualmente amistoso. — Bom saber que eu não destruí a sua casa, onde conseguiu tudo isso? Estou curioso sobre essas coisas do Verdugo.

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