Abner Augusto
Dois meses depois
Se passaram dois meses desde a calourada.
Depois da festa, as férias chegaram. Duraram duas semanas e elas aproximaram muito eu e a Lili. Porém, eu só consegui me encontrar com ela quando eu ia deixar a Maria na escola e ela está lá acompanhando uma outra amiga dela.
Nas férias, eu quis aumentar a renda aqui de casa e com isso acabei dobrando o meu horário no trabalho. Porém, a gente conversava todos os dias pelo celular, não tinha um momento em que eu não quisesse contar pra ela como estava sendo o meu dia e ela fazia a mesma coisa.
Quando as aulas começaram, a gente se aproximou ainda mais. Não ficamos tão juntos quando os nossos amigos estavam presentes, mas em algumas aulas eu fazia questão de chamar ela para sairmos um pouco.
O início das aulas foram bem chatas. Eu tinha me inscrito em cinco matérias, assim como no semestre anterior, mas uma das matérias estava sem professor. Então, tínhamos dois horários livres na semana. A Lili, de novo, pegou três matérias em comum comigo e uma dessas era essa que não tinha professor.
A minha professora preferida estava nesse segundo semestre de novo. Como já tinha se passado um tempinho desde o início da primeira unidade, ela já tinha passado alguns trabalhos valendo nota e eu estava tirando notas boas desde então. Alguns trabalhos eram em dupla ou trio, então eu e os meninos sempre dávamos um jeito de organizar tudo isso.
Sempre terminava com um zerinho ou um.
Agora eu me arrumando para a Lili vir aqui em casa. Eu contava dela para a Maria e ela me estressou muito para que eu a trouxesse aqui em casa.
A Lili estava com muita vergonha e eu demorei alguns dias para convencer ela. Até hoje. Eu tinha pedido folga do meu trabalho para isso.
- Você acha que ela vai gostar disso? - A Maria me perguntou mostrando um doce que ela tinha feito para depois do jantar.
- Foi você que fez?
- Foi, né.
- Então ela não vai gostar. - Eu disse rindo olhando para ela.
- Você é um idiota - A Maria respondeu alto.
Fui checar o celular para ver se a Lili já tinha mandado alguma mensagem e nada ainda.
Depois de alguns minutos, terminei de arrumar o meu cabelo e passei uns três litros de perfume. Olhei o celular novamente e a Lili tinha me mandado uma mensagem avisando que já estava chegando.
- Você passou quando litros de perfume? - A Maria me perguntou tossindo.
- Deixa de ser exagerada - Falei revirando os olhos - Ela já tá chegando.
- Eu chamei o Breno, tá?
- Esse teu doce vai acabar em um minuto, você sabe né? - Falei o óbvio indo para o portão ver se ela já estava chegando.
- Por isso que eu fiz algumas outras coisas extra - ela falou abrindo a geladeira para me mostrar uma caixa de açaí.
Dei risada e ela foi rapidamente substituída por uma ansiedade. Agora que eu estava me tocando que estou ansioso. A Maria nunca conheceu alguém que eu estou ficando e eu nunca tinha falado de alguém para ela.
Eu sinto que com a Lili tudo é diferente, nossa conexão é algo novo e que eu nunca tinha sentido isso antes, o melhor de tudo é que eu gosto desse sentimento.
- Ela chegou - eu disse alto para a Maria escutar da cozinha.
- Oi, tudo bem? - A Lili falou se aproximando de mim.
- Comigo tá tudo bem - respondi a encarando e colocando minha mão na sua cintura para colar seu corpo no meu - E com você?
- Tô nervosa - Ela disse com um sorriso envergonhado e escondendo o seu rosto no meu pescoço - Você acha que ela vai gostar de mim?
- Tenho certeza que sim - Respondi baixo no seu ouvido - Você é extremamente linda, inteligente, boa ouvinte... quem não gosta é doido.
- Cadê ela? - Escutamos a Maria falando alto da cozinha e a Lili riu separando os nossos corpos.
Eu imaginei que seria uma loucura tudo isso, mas não tanto. Já tinha se passado duas horas desde que a Lili veio aqui pra casa e as duas simplesmente não paravam de conversar. O Breno não veio, ele teve que organizar algumas coisas no mercado dos pais da mãe dele, mas ele fez com que a Maria prometesse que ia guardar comida para ele.
- Você quer ver os álbuns de infância do Abner pequeno? - A Maria falou quando começamos a comer o doce feito por ela.
- NÃO ELA NÃO QUER - Respondi alto vendo a mesma ir pegar alguns no fundo do nosso guarda roupa.
- Deixa eu ver, cara - A Lili falou se sentando ao meu lado no sofá.
- Nunca vou deixar - Falei deitando a cabeça no seu colo.
- Você quer conhecer os meus pais? - Ela me perguntou mordendo os lábios com vergonha.
- Você quer que eu conheça os seus pais? - a questionei me sentando ao seu lado.
- Eu tô gostando de você, Abner Augusto.
- Mesmo? - Perguntei colocando nossas festas.
- Mesmo, seu magricelo - Ela respondeu rindo e só consegui reparar nas suas covinhas.
- Eu não sou magricelo - Respondi fechando a cara brincando.
- Tá, tá bom - ela falou me abraçando - Seu magrão.
- Você é completamente insuportável - Eu disse fazendo cosquinha na nela, enquanto ela me batia implorando para que eu parasse.
- Eu vou fazer xixi. - Ela falou rindo e eu parei um pouco a encarnado.
- Eu gosto de você. Muito, na verdade.
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Mix de Sentimentos || Magrão & Lili
RomanceImagine que você está começando uma nova faculdade e tudo é extremamente novo pra você. Além disso, o dia a dia na sua casa não tá sendo fácil e a sua única amiga é o motivo de você não ter desistido de tudo ainda. E na nova universidade, você começ...