Capítulo 44

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Lili

A prova foi tão perfeita. O assunto era muito tranquilo e a professora mais ainda.

Além disso, eu tinha estudado muito na semana passada e isso me ajudou na prova de hoje. A aula era sobre história antiga, e como teríamos um foco a mais no oriente, a professora era a mesma maravilhosa do semestre passado.

Assim que eu terminei, sai da sala e fiquei esperando o pessoal sair da sala.

- Caralho, que prova boa - a Levinks falou assim que me encontrou na lateral da sala - Não imaginei que eu escreveria tanto.

- Quantas páginas você escreveu? - perguntei me virando para falar com ela - Achei as três perguntas bem tranquilas também.

- Escrevi quatro, amiga.

- Eu ia escrever quatro também, mas acabei me empolgando na problematização do código de Hamurabi e escrevi mais que nunca.

Ficamos mais uns cinco minutos conversando sobre a prova até o horário da prova terminar e todo mundo sair da prova.

- Você quer ir em uma batalha de rima que vai ter aqui na faculdade hoje de noite? - O Abner me perguntou se sentando ao meu lado.

- Eu quero... mas vou ter que conversar com a minha mãe hoje - comecei a falar - Mas eu posso passar lá depois, se der tempo, com a Kakau.

- Tudo bem - ele respondeu colocando o braço no meu ombro.

- Caramba, hoje já é sexta né? - Escutamos a voz do Thiago ao nosso lado.

- Ainda bem né - Esther respondeu -Vamos para a praia esse final de semana? Comemorar o meu aniversário.

- Eu topo - o Apollo falou chegando perto da gente - Vai fazer mais de um ano que eu não vou.

- Vamos no domingo? - Prado perguntou comendo um pacote de salgadinho.

- Como vocês conseguem montar tudo isso tão rápido? - perguntei rindo encarando eles.

- A gente tem que aproveitar logo agora, depois vai começar a semana de provas e todo mundo vai tá com a cabeça fodida - Apollo respondeu tentando roubar alguns biscoitos da Levinks. - A gente pode ir de carro.

- E quem daqui tem carro? - Perguntei encarando eles.

- O meu pai deixa a gente pegar - Levinks começou a dizer - E o Abner pode dirigir.

- Mas acho que tem que ser dois carros, por causa da quantidade de gente - falei deitando a cabeça do ombro do meu namorado.

- A gente pode chamar os meninos, já que o João Lucas sabe dirigir e tem carro - Abner disse já pegando o celular para falar com eles. - Agora é só dividir quem vai no carro de quem.

Como só teríamos essa aula no dia de hoje, ficamos conversando por mais uns quinze minutos combinando a questão da praia e logo depois cada um foi para sua casa.

Peguei o ônibus com o Abner.

- Me avise qualquer coisa tudo bem - ele falou quando estava chegando no ponto - Não queria que você tivesse que passar por isso sozinha.

- Eu sei, mas eu preciso ter essa conversa com ela.

- Vou vir te pegar aqui no domingo de manhã e até lá...  fica conversando comigo e me mantendo atualizado. - ele falou e eu cheguei mais perto do seu rosto para dar um beijo.

Assim que eu cheguei em casa, me deparei com o meu pai sentado no sofá da sala.

- Por qual motivo você não voltou antes? - ele me perguntou me olhando.

- O senhor sabe que eu precisava desses dias fora daqui... - falei me sentando ao lado dele - Você escutou tudo que ela falou naquele dia?

- Escutei, Ariele - ele começou a dizer - E eu sei que ela está errada, mas você não deveria ter saído de casa daquele jeito.

Apesar de tudo, meu pai era bem mais sensato que a minha mãe na grande maioria dos assuntos e esse equilíbrio às vezes era bom, mas isso não quer dizer que ele era mais presente que ela.

- Eu não ia conseguir ficar aqui depois de tudo aquilo que ela disso.

- Você vai conversar com ela agora? - ele perguntou se levantando para ir em direção ao quarto.

- Chame ela...

Conversamos por mais de uma hora e eu finalmente consegui colocar na cabeça dela que aquilo que ela disse tinha sido algo completamente errado.

Agora ela queria conhecer o Abner pessoalmente e pedir desculpas pelo que ela tinha feito. Pelo menos isso. O mais importante pra mim vai ser na questão de você pedir desculpas e se arrepender do que falou ou ato que fez, além de não repetir o erro.

Porém, eu falei que agora não era o momento e ela teria que esperar alguns dias para que tudo isso se acalmasse mais.

Logo depois, falei com Abner sobre a conversa e ele disse que realmente ia preferir esperar alguns dias.

Decidi que não ia na batalha de rima e ele acabou passando lá depois com os meninos. Lá eles conheceram alguns meninos que estavam rimando e que por coincidência, a Levinks conhecia um deles de uma escola antiga dela e chamou para a praia também.

Adormeci rapidamente e acordei já tendo que arrumar a casa toda. Essa faxina durou praticamente o meu dia todo e me fez ficar extremamente cansada. Quando eu fui ver, já era noite novamente e eu tinha que ir dormir cedo por conta da praia no dia seguinte.

Acordei com o meu celular tocando e era a Kakau já falando que estava pronta.

Me arrumei tão rápido que acabei colocando o anel na minha bolsa e esquecendo de colocar novamente.

Alguns minutos depois escuto a buzina de um carro do lado de fora e já fui saindo de casa.

Falei com todos e depois o Abner me apresentou o menino que estava no banco de trás.

- Esse é Jailton, mas o vulgo dele na batalha é Jaya - ele começou a falar apontando para um menino com cabelo cacheado e uma mecha descolorida.

A Kakau e a Alanys também estavam no carro. A Alanys ia levar um ficante dela inclusive, mas ele ia de ônibus.

Depois disso, a gente foi resenhando o caminho inteiro e conversando com o Jaya também.

Assim que chegamos na praia, fui deixando eles irem na frente e fui um pouco atrás com o Abner.

- Cadê a aliança, Ariele? - ele me perguntou e só agora eu percebi que ainda não tinha colocado.

- Oxe, tá aqui - falei rápido tirando ela da bolsa e colocando no meu dedo novamente.

- Você não se ligue não.

- Eu não tava andando sem aliança - falei o encarando sorrindo.

- Silêncio, Mulher - ele falou me fazendo rir - Silêncio.

- Eu já tô com aliança.

- Não quero saber - ele respondeu olhando para os lado para atravessarmos a rua.

- Eu só tirei pra arrumar meu cabelo.

- Que não se repita, Maria Isabel - ele falou me fazendo rir mais.

- Você é tóxico.

- Você quer me cancelar, né? - ele falou com um sorriso - Você quer. Fica andando sem aliança que você vai ver eu perdendo meu réu primário rapidinho caralho.

Nesse momento eu já estava com a mão na barriga de tanto rir e nem percebi que já estávamos na parte da areia.

Nesse momento, estávamos sentados em algumas cadeiras e pegamos uma mesa, esperando o resto do pessoal chegar.

Mix de Sentimentos || Magrão & LiliOnde histórias criam vida. Descubra agora