Mix de Sentimentos || Magrão & Lili

Capítulo 47

Abner Augusto

Assim que me despedi da Lili fui em direção a minha casa.

Quando eu cheguei em frente a minha casa, pude ver uma ambulância. Meu coração estava mais acelerado que nunca.

- O que tá acontecendo? - perguntei ao Breno quando vi ele saindo com a mão no coração de dentro da minha casa.

- A Maria... - Ele começou a falar, mas tava se tremendo muito.

Não pude esperar mais um minuto, entrei na casa e vi uma das piores cenas da minha vida.

Um socorrista estava do lado dela e com a ajuda de outro estavam colocando ela na maca. A casa estava mais bagunçada que nunca, especialmente a cozinha, parecia que uma panela de pressão tinha explodido.

E eu comprovei isso segundos depois.

Os socorristas colocaram ela dentro da ambulância e eu fui junto. Falei para o Breno avisar para os outros e deixei meu celular para trás.

Eu nem tava conseguindo falar uma palavra com a Maria. Ela estava desacordada e mais da metade do seu braço e barriga estavam queimados. Desejei que toda a sua dor passasse para mim.

- Ela vai ficar bem, certo? - falei pela décima vez para a mulher que estava cuidando da Maria e ela apenas ficava balançando a cabeça em concordância.

Depois de uns dez minutos chegamos no hospital e para a minha sorte, meu emprego dava um plano.

Eu ia entrando na sala com a Maria, mas os socorristas me impediram e falaram que eu não podia entrar.

Assim, tive que ficar respondendo mais de vinte perguntas sentado em uma cadeira na sala de recepção, tentando não me tremer tanto.

Alguns minutos depois, a Khauane, Lili, Breno e o Jotapê chegaram.

- Como ela tá? - escuto a voz do Breno primeiro totalmente desesperado e com o rosto vermelho de tanto chorar.

- Ela entrou na sala de cirurgia, cara. Agora a gente só pode esperar - falei com a voz trêmula o encarando.

- Caralho, mano - o João Pedro falou colocando a mão no meu ombro e se sentando em uma cadeira na minha frente.

- Meu Deus, amor. - a Lili falou se sentando ao meu lado e com os olhos lacrimejando. - Como isso foi acontecer?

- Ela disse que queria fazer feijão e eu só concordei - O Breno começou a falar chorando - E quando eu fui pra sala, só consegui escutar o barulho da panela explodindo e depois já vi ela deitada no chão desacordada.

- Por qual motivo você deixou ela fazer isso? Você sabe que ela é péssima cozinhando - falei deixando a raiva juntar com a tristeza e me consumir por inteiro.

- A culpa não é minha, Abner - O Breno falou me encarando com raiva.

- A culpa não é de ninguém... - A Lili falou ao meu lado e eu simplesmente não sei o que deu em mim, mas tenho certeza de que já não estava mais com a minha cabeça em total clareza.

- Não, a culpa é apenas minha por ter ficado tanto tempo na sua casa com você - falei estressado encarando a Lili.

- Do que você tá falando? - Ela falou com o rosto confuso me olhando. - Como eu disse, a culpa não é de ninguém.

- Se eu não tivesse enrolado tanto na sua casa poderia ter evitado toda essa situação com a minha irmã - falei totalmente estressado e com a cabeça com milhares de pensamentos ruins sobre como deve estar a saúde da Maria.

- Olha, estamos em um local público - a Khauane começou a falar - Vão para outro lugar resolver isso.

- Vem, Abner Augusto - A Lili falou com raiva me puxando para a entrada do hospital.

- Eu tenho que ficar com a minha irmã - falei recuando e soltando a sua mão. - Olha, é melhor você ir embora, aqui está só me atrapalhando.

- Eu só quero te ajudar.

- MAS VOCÊ NÃO TÁ ME AJUDANDO - Falei mais alto do que eu queria - Se eu soubesse que namorar com você me traria esse problema, nunca teria te pedido em namoro.

- Cara, você só tá nervoso - João Pedro falou colocando a mão nas minhas costas - É melhor ficar calmo.

- Deixa, João Pedro - a Lili falou me encarando com raiva e o rosto cheio de lágrimas - Sei quando não sou bem vinda nos ambientes. Melhoras para a Maria, Breno. Depois me fala como ela está.

Ela falou olhando para o Breno e logo depois saiu sem olhar para trás.

- Vou com ela - a Khauane falou encarando o João Pedro e se despedindo da gente.

Só agora pude reparar em todo muitos pacientes e acompanhantes me encarando.

No momento, eu não estou pensando direito para me arrepender, mas sei do tamanho da merda que eu fiz. Mas no momento, a Maria é a coisa mais importante para mim.

- Você sabe que vacilou feio com ela né - o Breno me encarando virando o rosto e se sentando algumas cadeiras de distância de mim.

Antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa, a médica que tinha levado a Maria para dentro da sala retornou com notícias. E o seu rosto estava com uma cara nada boa.