Mix de Sentimentos || Magrão & Lili

Capítulo 17

Lili

Assim que eu e a Esther entramos na sala  de aula, pude reparar que ela estava duas cadeiras na minha frente, me impossibilitando de falar qualquer coisa com ela durante a aula.

O outro professor que entrou fez a mesma coisa que a primeira professora, no quesito de apresentação. Porém, achei que ele foi um pouco mais rígido que ela.

Além disso, ele só pediu o nosso nome e isso não levou mais de cinco minutos. Depois, sua aula foi resumida apenas em apresentar o conteúdo do curso, pelo menos nesse primeiro semestre.

Parecia que a aula não ia terminar nunca.

Eu estava distraída e quando percebi tinha uma mensagem no meu celular. Era a Kakau.

Na mensagem, ela me falava que ia ter que ficar na faculdade durante o período da tarde. Ela me disse que o motivo foi no seu cadastro da biblioteca, que tinha algumas coisas erradas e ela ia ter que resolver com a coordenação do curso dela.

Apenas mandei uma figurinha irritada pra ela e fui olhar as minhas redes sociais para o tempo passar mais rápido.

Durante esse tempo, postei todo o meu tédio no twitter. Que apesar de ter pouquíssimas pessoas, é o lugar que eu mais desabafo sobre a minha vida.

Com isso, não vi o tempo passando e o professor estava fazendo a chamada para encerrar a aula. Escutei o nome do Abner e ele demorando um pouco para responder, já que estava conversando com o menino que estava uma cadeira de distância dele.

Depois disso, esperei meu nome e não sai da sala. Preferi ficar esperando que o nome da Esther fosse chamado.

Depois que ela respondeu a chamada, eu sai da sala junto com ela.

- Porra, eu não tava mais aguentando essa aula - Ela me disse com uma voz de tédio - Detesto quando os professores ficam a aula inteira só falando e falando. Isso me deixa entediada tão fácil.

Concordei rindo com a mesma e ela me disse que estava morrendo de fome. Então, ela me falou que veio visitar a faculdade dias antes e tinha visto vários setores.

Até que ela comentou que tinha visto uma lanchonete um pouco mais barata do que as outras, mas era um pouco mais longe.

Quando chegamos lá, vi que o lugar era uma barraquinha e tinha várias opções de salgados e até mesmo açaí.

- Vai querer comprar o que? - Ela me perguntou e eu pedi apenas um açaí.

- Então vou pedir a mesma coisa - A Esther me respondeu com um sorriso.

A gente se afastou um pouco da barraquinha para que os outros alunos pudessem comprar suas coisas e continuamos a conversa.

- Até tem pessoas que vendem salgados e doces por aqui, mas eu achei tão caro - Ela começou dizendo.

- E você já viu todos esses preços? - A questionei com uma cara confusa.

- Tem um grupo no nosso setor - Levinsk começou a falar - Posso te passar, caso você queira.

- Eu quero - Eu disse já entregando meu celular para que ela pudesse adicionar seu número

- Eles colocam todo tipo de comida e preço por aqui - Ela disse.

Logo depois disso, fomos em direção a barraca novamente para pegarmos nosso lanche.

Ela me mostrou o local da parada que íamos pegar o circular para sair da faculdade e depois pegar outro pra casa.

Quando estávamos quase chegando na parada, sinto uma enorme pressão nas minhas costas me fazendo cair.

Me fazendo cair.

No chão.

Na frente de todo mundo.

Com o meu açaí inteiro na minha cara.

Acho que essa é uma ótima hora para eu mencionar que a parada estava cheia de estudantes, por causa do horário que a nossa turma foi liberada.

E simplesmente eu pensei muito em fingir que estava morta.

Só senti uma pessoa pegando no meu braço e gritando com outra.

Era a Esther me levantando e usando seu casaco para limpar o meu rosto, que estava completamente melado de açaí.

O meu joelho estava completamente ralado e eu já sentida o sangue escorrendo pelas minhas pernas. O chão da parada era de concreto.

A Levinsk conseguiu tirar quase todo o açaí da minha cara com o seu casaco, mas ainda tinha algumas partes na minha roupa.

De fundo, pude escutar algumas risadas de outros alunos e outros chegando preocupados.

- Amiga, você tá bem - Era a voz da Esther.

- Meu Deus, você tá bem? - Escuto uma voz de uma menina desconhecida e mais umas duas pessoas me fizeram a mesma pergunta.

Outra voz que eu escutei foi a do Abner.