CHONG SEO-YUN
Hoje...
Taehyung me deixa no hall de entrada. Aperto os livros contra o peito e prenso os lábios antes de começar a subir o primeiro degrau. Noto Jennie no topo da escada. Ela tem o rosto inchado, olhos e nariz vermelho, está usando um robe amassado e tem os cabelos assanhados.
— Oi — murmuro.
O queixo dela treme, apertando o meu coração.
— Oi — fala tão baixo, que é quase difícil de ouvir.
Sem dizer mais nada, me aproximo dela e a envolvo em um abraço, no qual ela desaba em lágrimas e me aperta. Passo a mão livre nos seus cabelos e deixo que ela chore nos meus braços.
— Me desculpe — fala ao dar um passo para trás e limpar os olhos com as costas das mãos. — Estou emotiva.
— Tudo bem, não tem problema. — Sorrio. — Eu sinto muito, Jennie. De verdade.
Em meio as lágrimas, ela abre um sorriso triste.
— Obrigada.
Passa por mim, segura no corrimão e desce as escadas, cabisbaixa. Levo ar até os pulmões e continuo o trajeto até o quarto de Jungkook. Paro em frente a porta e hesito por um momento.
Devo bater ou apenas entrar?
Dou uma batida firme e abro logo em seguida, sem dar a chance de ele me mandar ir embora.
— Eu disse que quero ficar sozinho, Song Hye-Kyo. Quando precisar de algo, eu peço a você — resmunga de costas para mim.
Jungkook está em frente à mesa de madeira perto da varanda do quarto, servindo uísque em um copo de cristal. Mesmo com os cabelos desgrenhados, usando robe de seda preto e calças de tecido leve e de costas, ainda é lindo.
Em silêncio, coloco meus livros e bolsa em cima da cômoda grande perto da parede e dou alguns passos até o homem.
— Eu falei sério — diz ao girar nos calcanhares. Jungkook fica surpreso ao me ver. — Yunni — murmura meu nome.
Sorrio.
— Muito decepcionado?
Os olhos negros e profundos brilham, e neles há tanta tristeza, que faz meu coração doer.
— O que está fazendo aqui?
Enfio as mãos nos bolsos traseiros da calça jeans e mexo os ombros.
— Taehyung me trouxe.
Ainda me olhando, ele bebe todo o uísque de dentro do copo e o coloca em cima da mesinha, e então, caminha até mim, parando um passo de distância. Jungkook tem cheiro de álcool e uma expressão exausta.
— Eu sinto muito pelo seu pai.
Ele franze os lábios e desvia os olhos de mim por uma fração de segundos, parece tentar controlar as lágrimas. Ou pior, acho que Jungkook está tentando reprimir a dor. Rompo a nossa mínima distância e pouso uma mão em cima do seu peito e noto os batimentos cardíacos acelerados.
— Eu sinto muito, Jungkook.
Devagar, ele abaixa a cabeça e a descansa no meu ombro. Passo as mãos entre os cabelos dele e o embalo num abraço, tentando de alguma, reconfortá-lo. Jungkook não chora, mas fica quieto e com a respiração entrecortada por vários minutos.
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O homem da máfia - Jeon Jungkook e Chong Seo-Yun
Romans"Não preciso ter bola de cristal para saber que Jungkook é o tipo de homem que quando quer uma coisa, vai lá e pega. O mandachuva exala poder e autoridade. E na real, eu nunca gostei de homens assim. Mas por que "ser dele" soa como um convite tão in...