COPACABANA - minsung

um carioca nervosinho

Seungmin arrastava o carrinho de supermercado pelo piso acinzentado, observando as extensas prateleiras repletas de molhos de tomate. No atacado, decidiram pegar carrinhos separados, cada um fazendo suas compras para se encontrarem posteriormente no estacionamento. Minho, por sua vez, estava em busca de seu chocolate favorito. Em São Paulo, Lee tinha o hábito de levar várias barrinhas de Sneakers todos os dias para comer no trabalho, tornando o chocolate praticamente um vício. Enquanto percorria a fileira de chocolates, seus olhos capturaram uma única caixa com a última barrinha de Sneakers disponível. Ao lado, havia um rapaz que Minho não teve tempo de analisar detalhadamente, pois em questão de segundos se viu correndo como um cachorrinho atrás de sua "ração". Certamente, ele poderia comprar em outro mercado, mas isso demandaria muito tempo, e o Lee precisava do chocolate imediatamente.

— Peguei. — Disseram ambos ao mesmo tempo, ao passo que suas mãos se encontravam juntas na barra de chocolate. Minho revirou os olhos e tentou puxar a barra, mas foi impedido pelo outro garoto moreno, que fizera a mesma coisa.

— Coé' mermão, tô querendo esse chocolate faz mó cota. Passa pra mim! — Puxou o doce com força. Minho não conseguiu segurar e caiu na risada ao ver as bochechas do desconhecido inflarem de nervoso. De perto assim, ele parecia adorável. Tinha cabelos escuros e meio longos, escondendo parte de seus olhos castanhos. Os fios estavam meio ocultos pelo boné preto virado pra trás, mas o cumprimento do cabelo era bem visível. Seu corpo amostra pela regata preta parecia muito mais musculoso do que o de Minho e ele tinha uma pele bronzeada, indicando que costumava passar horas no sol quente. Ele usava apenas uma sunga box por baixo da regata e os pés sujando o chão de areia, quase como se tivesse trazendo a praia até Minho. Esse garoto cheirava a Rio de Janeiro, literalmente. Se todos os cariocas forem lindos assim, Minho não vê a hora de ir à praia admirar a vista.

— Mas é meu chocolate favorito, gatinho. — Minho mostrou seu sorriso de canto de lado, o que estranhamente deixou o homem ainda mais vermelho.

— Você vai ver o gatinho quando eu estiver socando essa tua cara lavada, turista.

— Por que não vem então, mano? — Minho ironizou, levantando uma de suas sobrancelhas. É claro que pode parecer perigoso pedir pra apanhar de um desconhecido no meio do supermercado por um chocolate, mas apanhar de homem bonito é ganhar na loteria para um gay emocionado. O desconhecido ia responder, mas fora interrompido por um baixinho bombado atrás de si.

— Vai morar aqui, porra?! — Disse o outro, que parecia amigo do mais alto. Minho se perguntou se os cariocas além de lindos eram todos revoltados com a vida assim.

— Esse turista que me tirou do sério, tá achando que é dono da cidade. — Minho revirou os olhos, e encarou o baixinho que parecia segurar uma risada da situação. É engraçado mesmo, mas se o Lee ousasse rir, apanharia do nariz empinadinho ali mesmo.

— Seu amigo está brigando com um turista que não conhece nenhum outro mercado além desse por um chocolate, que é meu favorito por sinal. — Minho brincou, vendo Jisung cruzar os braços com o chocolate na mão direita e revirar os olhos castanhos. "Ele é realmente muito lindo" Minho pensou.

— Dê o chocolate a ele. — O mais baixo ordenou, parecendo mandão, mas estava claro que ele queria rachar de rir ali mesmo. As pessoas passavam ao redor e não entendiam nada do que parecia acontecer, era hilário.

— Mas que porra?! Eu não dou a mínima se esse mané não sabe nada sobre o lugar que vem visitar, eu não vou dar porra nenhuma a ele.

— Dê o chocolate a ele, ou eu mesmo tomo de você. Para de ser infantil, pateta. — Olhou nos olhos do Jisung, erguendo a palma da mão na direção do amigo, provavelmente na espera que ele colocasse o chocolate na mão dele. O Lee percebeu que o baixinho tinha um sotaque que reforçava bastante o "R", talvez ele fosse baiano ou algo assim.

— Vai se foder! — Entregou o doce na mão do amigo e saiu martelando os pés no chão, visivelmente irritado. Minho nem se sentia mal em vê-lo sair andando, porque o garoto tinha uma bunda linda.

— Me desculpe o acaso, geralmente os cariocas são mais receptivos, Jisung que é um mala. — Disse, entregando o doce para o Lee. — Por sinal, sou Changbin. Bem-vindo ao Rj! — Minho agradeceu pela gentileza de Changbin e alegou não se incomodar com o nervosismo do seu amigo. Em seguida, despediu-se de Changbin e decidiu procurar alguns petiscos para comer enquanto estivesse desocupado em seu quarto. Mesmo que ocupado com as compras, sua mente não saia da silhueta masculina do garoto que acabara de conhecer. Não é possível que alguém tão bonito exista e Minho não tenha o direito de desfrutar mais daquela beleza. Que mundo injusto!

Quando finalmente encontrou Seungmin no estacionamento guardando as compras, direcionou um sorriso gentil ao amigo e entregou as sacolas cheias de frutas, doces, salgados, bebidas e alguns legumes já cortados na bandeja.

— Por que demorou tanto? — Perguntou Min. Ele fechou o porta-malas e adentrou o carro.

— Eu estava ocupado conhecendo o amor da minha vida.