te amar sem limites, viver uma grande história.

2.2K 279 433
                                    


— Porra, Jisung, faz o negócio direito, viado! — Changbin esbravejou, ao ver sua dupla, pela qual brigara tanto com Minho para conseguir, quase perdendo outra partida. Estavam sentados em círculo na areia, desfrutando de vinho, petiscos e jogando mímica.

— Sabe, ainda bem que não me deixou ficar com ele, Binnie. — Jisung revirou os olhos e mostrou o dedo para Minho, que riu e pegou outro petisco da toalha de mesa sobre a areia.

O ambiente era agradável, o sol já havia se posto há tempos e os únicos sons na praia eram risadas, algumas crianças brincando e caixas de som distantes em cabanas e quiosques, além deles gritando xingamentos enquanto jogavam. Faltava cerca de uma hora para o horário do show de fogos organizado pelas cabanas, e a energia do Ano Novo envolvia os corpos aquecidos pela atmosfera amistosa. Jisung parecia mais calmo do que no Natal, mas de vez em quando Minho percebia-o mordendo os lábios, olhando para o mar e franzindo os olhos, como se estivesse contendo uma imensidão oceânica e implorando para que voltasse ao seu interior, pois ainda não era hora de derramar lágrimas salgadas na areia seca. Ainda não era o momento. Mesmo assim, ele permanecia ali, com os amigos, tentando parecer o mais normal possível, sempre com seu nervosismo diário e dos xingamentos alheios.

— Eu acho que seria melhor parar com esse jogo e comprar logo nossos ingressos no quiosque, antes que o lugar fique lotado e a gente não tenha onde comer depois dos fogos. — Chan diz e quase todos concordaram subitamente. Ryujin começou a rir da careta de Changbin, pois teria que pagar a bebida de todos pelo resto da noite, já que sua equipe perdeu, enquanto Seungmin guardava os jogos e Jeongin com cautela - ou não - retirava a canga da areia, jogando areia em quase todo mundo e recebendo vários xingamentos em resposta.

— Hm — Jisung pigarreou, parecendo nervoso. Ele esfregou as mãos na roupa branca várias vezes e olhou para Minho, que estava rindo de Felix com o olho cheio de areia que Yang fez questão de jogar.

A visão de Minho tão feliz doía, doía tanto que parecia despedaçar cada centímetro vivo dentro de Jisung. Mas ele queria ao menos um conforto. Será egoísmo querer isso? Quando se ama, os limites entre egoísmo e paixão se tornam uma grande mistura abstrata. Você não sabe se está sendo egoísta, ou se sabe, está justificando isso com paixão, porque em nome dela você pode qualquer coisa. Em nome do amor, eu poderia matar e ver as pessoas chorarem no meu funeral. Em nome do amor, eu poderia ser egoísta e ver uma multidão aplaudindo na sala de cinema, quando o telão exibisse a palavra "Fim" em negrito, após contar toda a minha história. Em nome do amor, tudo gira em torno de amar, mesmo quando você não tem certeza se está amando.

— Na verdade, rola de alguém comprar meu ingresso e o de Minho? Preciso roubar ele um pouco. — Jisung disse, com a voz meio trêmula, daquele jeito de quem está claramente nervoso, mas não quer transparecer. Minho imediatamente parou de rir e desviou o olhar do que estava fazendo, encarando Jisung, confuso. O clima ficou tenso, todos em silêncio, encarando os dois. Hyunjin olhou para Felix com uma expressão assustada, e Felix deu de ombros, indicando que não sabia o que estava acontecendo. Ryujin concordou em comprar os ingressos dos dois, sem precisarem pagar, e deu um leve chute em Minho, ordenando-o a ir em direção a Jisung. Ele engoliu em seco. Ele não queria. Ninguém se sente seguro quando a pessoa que gosta te chama da mesma forma que sua mãe chamava quando precisava conversar, e você ia todo trêmulo porque sabia que tinha quebrado o vaso de flores favorito dela jogando bola no quintal.

Jisung estendeu a mão para Minho e esperou que ele correspondesse, mesmo estando transpirando. Sabia que Minho não se importaria em andar de mãos dadas mesmo se estivessem suadas. Sabia que Lee não se importava com muitas coisas ruins sobre Jisung. Talvez esse fosse o grande problema dele. E assim que Minho segurou sua mão, Han saiu o arrastando pela praia em direção ao lado esquerdo, onde não havia nenhum quiosque ou pessoas à vista. Os amigos se entreolharam e, ainda em silêncio, decidiram ir em direção ao quiosque, como se não tivessem sentido toda aquela energia pesada segundos antes.

COPACABANA - minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora