"Acho que já deitei no seu sorriso, Ji". Minho disse isso, sem nenhuma hesitação, parecendo mais sincero do que jamais foi. Seu rosto irradiava alegria, e Jisung percebeu que, de certa forma, já havia se entregado ao sorriso dele também. Minho destacava-se como um romântico autêntico, dispensando esforços desnecessários. Expressava seus pensamentos espontaneamente, um traço admirável, pois, ao contrário de outros, Lee Minho é o tipo de homem que toda mãe desejaria como filho, e todo ser humano aspiraria amar. Ele não é apenas alguém comum, o que, infelizmente, complica as coisas.
— Jesus, que calor! — Jeongin exclamou pela vigésima vez, refrescando seu corpo suado com o pequeno ventilador de Seungmin, que afirmou não se importar, embora todos soubessem que ele estava sacrificando um pouco de seu conforto para cuidar do mais novo. Logo atrás, Chan carregava algumas garrafas de água em sua bolsa, já que era proibido trazer coolers no bondinho.
— Chegamos há nem trinta minutos, e esse trem já reclamou de calor umas cinquenta vezes. Se eu tiver que ouvir mais uma vez, tomo esse ventilador dele e deixo ele com mais motivo pra chorar miséria. — Ryujin esbravejou, provocando um revirar de olhos em resposta. A garota vestia uma regata preta estampada com o personagem Pato Donald fazendo um gesto obsceno, revelando um pouco da cordinha vermelha de seu biquíni. Complementando o look, uma bermuda tactel descontraída. Mais cedo, causou alvoroço procurando seus óculos de sol, jurando que estavam no quarto, mas agora os exibe no rosto, ainda que ninguém saiba onde ela achou. Os óculos pretos pareciam ter sido comprados em uma feira barata do rio, lembrando muito os da Versace de Hyunjin, com exceção da logo dourada da marca no lado.
Jisung e Minho, por sua vez, davam a impressão de um casal de idosos. De mãos dadas, provocavam risadinhas nos amigos, que observavam os gestos carinhosos à distância. Jisung usava um short tactel preto e uma camiseta térmica ajustada, realçando seus músculos de forma que desafiava a sanidade de quem o via. Enquanto isso, Minho parecia um idoso cumprindo um dever de ir à praia, coberto de protetor solar, com uma viseira preta imensa, bolsas no braço, óculos de sol e uma camiseta térmica branca com estampa de gato. Uma cena até engraçadinha. Os dois não paravam de discutir por trivialidades, mas, inevitavelmente, as disputas se transformavam em beijos ou tapas, por vezes ambos.
— Para de ser homem teimoso, Minho. Me dá essa porra aqui, caralho! — Jisung exclamou, já cansado de repetir a mesma coisa tantas vezes. Eles estavam a horas discutindo porque Minho queria carregar as bolsas dos dois sozinhos, mas Jisung não aceitava a generosidade do outro e partia pro estresse. Eles brigavam tanto, que pareciam até casados. Minho deu um tapinha de leve na mão do Han, que estava em uma tentativa falha de alcançar a bolsa.
— Já repeti milhares de vezes: não precisa segurar, Jisung, eu aguento. O único teimoso aqui é você. — Retrucou, mantendo a calma. Ao contrário de Jisung, que exibia um bico enorme e uma careta hilária, ele permanecia tranquilo, de braços cruzados e expressão serena. De vez em quando, arqueava as sobrancelhas com um toque de deboche, um gesto quase involuntário, mal percebendo quando o fazia.
— Mas eu quero, estúpido! — Retaliou com um tapa mais firme, agora visivelmente mais tenso. Às vezes, Minho se tornava tão irritante que Jisung sentia vontade de abandonar tudo, silenciá-lo com um beijo diante de todos. Imaginava morder seus lábios com tanta intensidade que a raiva se transformaria em calor, uma onda incontrolável. Suas peles se tingiriam por completo, cabelos se desordenariam, e todos seriam testemunhas da supremacia de Jisung sobre Minho. Porque, por mais teimoso e arrogante que Minho fosse, um simples beijo o fazia derreter completamente, rendendo-se aos encantos do pescador num piscar de olhos.
— E quem disse que eu ligo? Faço o que eu quero, e no momento estou confortável. — "Faz o que quer?" Jisung riu internamente ao ouvir isso. Minho só podia estar completamente fora de si para acreditar que realmente fazia o que queria. Revirou os olhos rapidamente, ainda de braços cruzados, inspirou profundamente, lembrando-se de que não poderia agredir um homem na frente de todos, mesmo que Seungmin já tenha discutido com Chris umas cinquenta vezes desde que chegaram. Às vezes, Jisung desejava que Minho fosse tão compreensivo e obediente quanto Chan. Seungmin sempre brigava sozinho, pois o namorado sempre concordava e deixava as coisas do jeito que Kim queria naquele momento.
— Você só quer chamar atenção, agindo como se fosse fortão carregando duas bolsas. "Olhem para mim, eu sou o Minho, consigo pegar peso sem problemas, ui ui ui". Se é isso que quer, faça, mas se tentar me seguir, vou mandar você para a casa do caralho, se exibindo para esses turistas pálidos malditos! Aliás, aproveita e segura o resto das minhas coisas no carro, já que está tão forte assim. — Jisung fez um gesto com as mãos e afinou a voz, imitando Minho, que apenas o encarou com serenidade, intercalando o olhar entre a boca e as íris castanhas do outro. Caramba, Han era uma obra de arte mesmo sob um calor de 40 graus, pela manhã, com uma expressão de quem estava pronto para enfrentar uma multidão sem bagunçar um fio de cabelo sequer. O carioca pegou a garrafinha de água gelada que Minho segurava, bebeu tudo de uma vez, devolveu para o paulista e seguiu em direção a Changbin, ignorando a presença de Minho ali, parecendo um bobo carregado de bolsas e coisas para segurar.
— Parece que seu namorado ficou irritado. — Hyunjin passou o braço ao redor dos ombros de Lee, observando-o encarar Jisung sair, exibindo sua provocação ao rebolar a bunda e erguer os ombros com confiança, possivelmente convicto de que Minho o estava observando. O homem podia ter uma aparência divina, mas definitivamente tinha o ego de um demônio. — Cara, ele realmente sabe amarrar um bode como ninguém; te prendeu tão bem que você nem percebeu.
— Como ele espera que eu fique bravo olhando ele ir embora se até de costas é bonito? — Hyunjin riu, observando Minho lamentar sua miséria amorosa. Lá no fundo, sabia que compartilhava muitos sentimentos com Lee, mas em relação ao irmão deste. Será que Minho ficaria chateado se soubesse o quanto Hyunjin desejava beijar Felix? Mesmo que ficasse, era inevitável. Ao olhar para Felix, vestindo azul e sendo o único a usar uma cor radiante entre todos, refletia sobre as diferenças deles, mas como conseguiam se dar bem mesmo assim. Hyunjin não era fã de romances, acreditava que isso atrasava seus objetivos, mas, de repente, surgiu uma exceção quando Felix estava envolvido. Desejava tanto beijá-lo que acabava seguindo-o pelos lugares, atraído por seu cheiro, sua voz angelical e todas as outras belezas que adorava descobrir a cada dia. E ali estava Felix, conversando com Jisung e sorrindo, sem saber que um par de olhos não desgrudavam dele, e uma mente recentemente tumultuada só conseguia repetir o seu nome.
— Vocês vão pegar os ingressos ou vão ficar aí encarando os caras? — Yeji gritou, já irritada por não conseguir colocar todo mundo em ordem. Gente absurda, bastava seguir o combinado para pelo menos chegarem lá, não é? Depois cada um poderia fazer o que quisesse ou buscar outra forma de criar o caos, mas por enquanto seria ótimo se simplesmente seguissem o combinado.
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COPACABANA - minsung
Fiksi PenggemarUma simples viagem ao Rio pode reescrever dois destinos opostos 🏅#4 leeknow 🥉#3 minsung