where'd all the time go?

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A ceia conjunta foi um desastre hilário. Quer dizer, talvez a definição "desastre" seja um pouco dramática, mas hilário, com certeza. Cada família tinha sua mesa no enorme salão do condomínio, dividido por blocos. No fundo, uma imensa mesa de vidro transbordava com uma variedade incrível de pratos – travessas repletas, tábuas sofisticadas com pães diferenciados, doces, massas italianas, diversos tipos de mousse, e até caviar. Minho, acostumado a um Natal mais simples, ficou boquiaberto com tanta opção de alimentos.

Cada mesa familiar exibia garrafas de vinho seco e champanhe, mas nos cantos do salão, mesas extravagantes ofereciam uma infinidade maior de bebidas, com vários funcionários atendendo os pedidos. Parecia desnecessário aquela quantidade toda de comida e bebidas. Mesmo assim, Minho, curioso, queria ser o primeiro a experimentar de tudo.

Ao chegarem, conseguiram imediatamente a atenção da galera presente. Todos exibiam um visual elegante, com ternos vermelhos de grife e longos vestidos de tecido caro, meticulosamente confeccionados pela costureira particular. Enquanto isso, Jeongin se destacava ao estar literalmente imerso numa árvore de Natal falsa, com apenas a cabeça e os pés visíveis, cercado por LEDs, bolinhas natalinas e uma estrela no topo. Calçando pantufas vermelhas com branco e uma meia de rena. Mal sabia se caberia nas cadeiras do local, mas sua empolgação com aquela fantasia o fazia ignorar tudo ao redor.

Changbin, por sua vez, não ficava para trás, vestido como uma versão mais tosca de elfo. Já não bastava serem gays um condomínio de burgueses, ainda precisaram causar todo aquele alvoroço na elegante ceia de Natal. Até Jisung, que provavelmente tinha mais dinheiro que todos ali, entrou na tendência da pantufa vermelha com branco, combinando-a com uma regata apresentando um Papai Noel maconheiro no trenó, shorts tactel temáticos, meias verdes com diversos Grinch estampados e um boné virado para trás, complementado por base e gloss brilhante.

Ao procurarem suas mesas reservadas, pediram à moça para uni-las, mesmo com Changbin insistindo que podia fazer sozinho. A expressão da moça oscilava entre medo e uma vontade incontrolável de rir, pois, sem dúvida, aquela mesa era a mais animada. Falavam todos ao mesmo tempo, indecisos sobre o que pedir, fazendo a pobre mulher anotar tudo novamente várias vezes. Jeongin ocupava quatro bancos, derrubando copos sempre que se esticava, sem contar as briguinhas bobas com Ryujin, que terminavam em xingamentos e até mesmo uma bolinha de enfeite voando para a mesa de alguém.

— Queria fazer um brinde. — Chan chamou a atenção de todos na mesa, batendo na taça incessantemente. Levou alguns minutos para silenciar a conversa barulhenta dos amigos, mas quando finalmente conseguiu, sorriu satisfeito e pôs a taça na mesa novamente. Até algumas pessoas de fora estavam olhando, curiosas para escutar o que Bang tinha a dizer.

— Queria brindar a nós. A todos esses momentos incríveis que construímos, mesmo sem nos conhecer por tanto tempo, conseguimos criar uma intimidade, derrubar barreiras. Além das memórias, criamos novos amores, algo bonito de se admirar. Sou grato a Jisung por brigar com Minho por um chocolate idiota que Lee comeu a viagem toda. Sou grato a Yeji por fazer amizade com Jeongin, ensinar novas técnicas de jogo e dar uns puxões de orelha por não conversar conosco nos churrascos. Sou grato ao Hyunjin por fazer esse piercing estúpido na sobrancelha com Felix e quase enlouquecer meu namorado, mas também por ajudar Felix a socializar mais e, por fim, grato ao Changbin por abrir as portas de sua casa para nós, nos apresentar à sua família e nos levar aos melhores lugares do Rio de Janeiro. Estar aqui com vocês nesse lugar lindo transformou nossas férias em momentos românticos, felizes, cheios de abraços e beijos.

— E, para finalizar, — Chan dirigiu o olhar a Seungmin, apertando ainda mais sua mão e sorrindo — sou eternamente grato ao amor da minha vida, que mudou meu destino, cuidou de nós com carinho nessas semanas, me entregou os melhores beijos, abraçou-me nos momentos de vazio, enfrentou nossas famílias para ter uma vida comigo, limpou minhas lágrimas quando senti falta de passear pelas praias do Rio com meu pai, ensinou-me a amar e, mais do que isso, entregou-me amor. Seungmin, todos os dias contigo são amor, e é por isso que, neste Natal, ao completarmos finalmente cinco anos de namoro, eu me levanto desta cadeira, ajoelho-me diante de ti e pergunto: quer casar comigo? Construir uma nova família juntos? Reviver todos os outros amores que construímos numa cerimônia e sorrir ao meu lado no altar? — Nesse instante, Bang estava ajoelhado, no meio de um enorme salão, sem se importar com as pessoas maldosas que ali estavam sentadas, focado apenas em Seungmin.

COPACABANA - minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora