Capítulo vinte e três

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Oie, acharam que não teria capítulo de novo hoje né? Mas consegui terminar a tempo, então aqui está.

Ignorem os possíveis erros que tiver, revisei muito rápido e sem conseguir dar muita atenção.

Boa leitura :)

...

Em todos os seus vinte e quatro anos de vida, Richarlison nunca havia experimentado uma turbulência emocional tão profunda. Ele não conseguia descrever o sentimento; em um momento, se sentia completo e no próximo, uma imensidão vazia o engolia.

Ele imaginou que perder Heungmin o deixaria em frangalhos, que choraria como nunca na vida, mas a dor não se manifestava da maneira que esperava. Não sentia nenhuma vontade de chorar, não conseguia sequer formular palavras para expressar o que se passava dentro de si. Tudo que tinha era o vazio, o vazio que o mais velho deixara em seu coração.

Richarlison tentava entender o que acontecera, como algo tão belo e significativo podia se transformar em uma sensação de ausência tão sufocante. As memórias inundavam sua mente, trazendo flashes de momentos felizes, risos compartilhados, e a sensação reconfortante de estar nos braços de Son. Mas agora tudo era como uma pintura desbotada, perdendo sua cor e vitalidade.

As músicas que costumavam trazer alegria agora pareciam melancólicas, e os lugares que visitaram juntos se tornaram palcos de lembranças dolorosas. Até mesmo o calor reconfortante do sol parecia distante e frio. Richarlison se perguntava se voltaria a se sentir inteiro algum dia, ou se aquela era sua nova realidade, uma vida marcada pela falta do coreano.

Os primeiros dias foram uma verdadeira prova de resistência para Richarlison. A falta de Son era mais do que sufocante; era uma presença ausente que parecia consumir cada parte de sua existência. Os momentos iniciais após o término foram uma agonia que ele jamais experimentara.

A primeira vez que as lágrimas escorreram após o fim do relacionamento foi quando Romero e Skipp o confrontaram, insistindo para que explicasse o que tinha acontecido. Naquele momento, ele desmoronou sob o peso da perda. Os abraços calorosos e palavras de consolo que recebera naquele momento foram como um bálsamo para sua alma, o dando a força para suportar as semanas que se seguiram.

Richarlison ansiava secretamente que Heungmin também tivesse alguém para o abraçar e oferecer palavras de conforto. Por mais que a dor o dilacerasse, ele entendia plenamente as razões por trás do término. No fundo, sentia gratidão por Son ter tido a coragem necessária para terminar algo que estava os matando lentamente. Tinha plena certeza de que teriam se perdido em um labirinto de mentiras, segredos e inseguranças, e acabariam odiando a imagem que teriam se tornado nesse relacionamento. A sinceridade do término era uma espécie de alívio, por mais doloroso que fosse.

No hospital, as coisas surpreendentemente fluíam de uma maneira mais suave do que Richarlison esperava. Com Heungmin, ele mantinha uma relação profissional equilibrada, separando as questões pessoais para que não afetassem o trabalho. O coreano também compreendia isso e fazia um esforço consciente para minimizar as interações diretas, oferecendo o espaço necessário para sua recuperação.

Era uma batalha diária seguir em frente, agir como se a ferida não estivesse lá, como se a ausência de Son não lhe pesasse o peito. Mas não era uma missão impossível. Apesar de toda a luta para deixar o passado para trás, Richarlison mantinha em uma gaveta uma caixinha preta onde guardava o colar que Son lhe dera. Era um tesouro pessoal que ele queria manter por perto. O colar se tornou um portal para as boas memórias e valiosas lições que compartilharam. Não era um símbolo de estagnação, mas uma forma de lembrar que aquele capítulo de sua vida o ajudou a crescer e aprender. Não queria esquecer o coreano ou o que tiveram, pois, isso faria parte de sua história, uma parte que ele jamais poderia ou queria apagar.








Na Batida do Seu Coração | 2SonOnde histórias criam vida. Descubra agora