— E porque eu faria isso? — Clara questionou, sua risada vacilante ecoando na sala.
— Porque eu tenho o poder de acabar com sua vida e a dele em um instante. — Richarlison sorriu, se recostando no sofá. — Imagine só o estrago que faria na sua reputação se viesse à tona que a ilustre advogada Clara Kim garante suas vitórias manipulando evidências. Seu sonho de ser promotora acabaria diante dos seus próprios olhos.
— Você está mentindo — Ela insistiu, apesar do medo que se formava em seu peito. — E mesmo que não estivesse, não tem provas.
— Tem certeza de que não tenho? — O brasileiro provocou, erguendo uma sobrancelha em desafio, enquanto algo brilhava em sua expressão.
Ele não tinha, estava mentindo. O capixaba sabia que não seria fácil arrancar informações da mulher, sabia que devia ter se preparado melhor antes de ir falar com ela, mas o tempo era um luxo que ele não possuía. Arriscou tudo em uma mentira descarada que daria muito certo ou muito errado, se desse certo, ele teria que fingir muito bem, se desse errado, ele estava ferrado.
— Se você tivesse, estaria me mostrando agora mesmo — Ela desafiou, seu olhar penetrante buscando desvendar qualquer indício de fraqueza nele.
— Bem, já que você está tão ansiosa para ver, vou resolver isso agora mesmo — Richarlison disse, alcançando seu celular e o desbloqueando com um gesto decidido. — Só preciso de dois minutos. Vou ligar para um amigo que trabalha no The New York Times e você verá as provas em um artigo muito interessante com o seu nome bem destacado.
Um frio percorreu a espinha de Clara. A ameaça soava mais real do que nunca.
— Você está blefando. — Ela disparou, tentando manter uma fachada de coragem diante da incerteza que a consumia por dentro.
O brasileiro deu de ombros com um ar de despreocupação enquanto levava o celular ao ouvido, o som do toque da chamada ecoando pela sala. Em poucos minutos, a voz do outro lado da linha respondeu prontamente.
— Oi.
— Oi. — Richarlison afastou o celular da orelha e ativou o alto-falante. — O artigo com todas as provas que enviei para você está pronto?
— Sim, já foi revisado. Estou apenas aguardando sua permissão para liberar. — Um breve silêncio pairou no ar antes da pergunta. — Posso prosseguir?
— Sim, pode.
— Certo. Em menos de cinco minutos, estará disponível para acesso.
— Espere. — A voz de Clara soou alarmada. — Eu levo você até ele.
O capixaba arqueou uma sobrancelha, surpreso com a oferta repentina. Um sorriso astuto brincou em seus lábios enquanto ele avaliava a proposta, ponderando sobre as possíveis armadilhas que ela poderia estar tramando.
— Cancele a postagem do artigo, mas guarde com você. — Richarlison disse, seu sorriso sutil revelando uma jogada calculada, enquanto retirava a chamada do alto-falante e aproximava o telefone novamente da orelha. — Posso acabar mudando de ideia.
— Tudo bem, qualquer coisa me mande uma mensagem. — A voz do interlocutor soava calma do outro lado da linha.
O brasileiro desligou a chamada e deslizou o celular de volta para o bolso da calça, sua expressão agora uma máscara indecifrável de pensamentos.
— Posso supor que temos um trato? — Ele indagou, seu tom carregado de resignação enquanto ela deixava escapar um suspiro.
— Na sexta-feira, irei visitá-lo. Você pode me acompanhar. — Clara propôs, seu olhar firme buscando o dele. — Mas, em troca, exijo que me entregue todas as provas que possui contra mim.
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Na Batida do Seu Coração | 2Son
FanfictionRicharlison estava seguindo seu sonho de se tornar médico, mas a vida em Londres era mais difícil do que o esperado. O brasileiro vai se encontrar um pouco perdido enquanto tenta conciliar o internato e o fato de ter uma quedinha pelo residente embu...