Na Batida do Seu Coração | 2Son

Capítulo vinte e seis

Olhem só quem lembrou que como se escrevia 🤠
Sinto muito pela demora, foram dias bastante agitados e não consegui trazer a atualização antes, mas aqui está finalmente.
Também planejo postar algumas oneshot's como presente de Natal para você nesses dias.
Acho que não tenho mais nehuma aviso, boa leitura. 🩵

...

Son não podia ter certeza, mas ele tinha um sentimento peculiar de que aquela dor duraria para todo o sempre.

Heungmin afundou no chão, suas costas encontrando o suporte firme da cama. Seu olhar demorou sobre a própria mão, onde vestígios de sangue lembravam o que tinha acontecido a alguns minutos atrás. O peso do desespero o envolveu, e ele não pôde evitar que uma sensação ruim tomasse conta de sua essência. Cautelosamente, respirou fundo, erguendo o rosto, buscando impedir que as lágrimas traíssem a tormenta interna.

Ao longo dos anos, a trajetória do coreano foi marcada por uma série constante de desafios, como capítulos sombrios em um livro difícil de ser lido. Contudo, naquele instante, o peso do universo parecia se concentrar contra ele, transformando a já difícil jornada em um labirinto ainda mais complexo.

O sentimento avassalador de ser uma bagunça irreparável o envolvia como uma névoa densa. Era como se todas as peças de sua existência estivessem dispersas ao redor dele, e a tarefa monumental de reconstruir cada fragmento se mostrava intimidadora. O caleidoscópio de emoções tumultuadas que o assolava naquele momento parecia desafiar até mesmo a esperança mais resiliente. Son, perdido entre os escombros de sua própria narrativa, temia que a ordem jamais pudesse emergir da desordem que se desenrolava diante dele.

No tumulto vertiginoso dos sentimentos que o envolviam, um deles se destacou com uma intensidade avassaladora: o ódio. No entanto, não era um ódio comum, mas sim uma variante que Heungmin nunca tinha experimentado. Era uma emoção que não vinha desacompanhada; ela trazia consigo uma tristeza tão amarga que fez com que soluços sufocados escapassem da boca do coreano, se misturando às lágrimas que rolavam por suas bochechas.

Esse ódio, qual um fogo ardente, o consumia por dentro, trazendo à tona sentimentos enterrados profundamente em seu ser. Cada chama se alimentava da dor acumulada, e a intensidade da queima fazia Heungmin sentir como se estivesse à beira de um abismo emocional. A tristeza que o envolvia não era apenas um lamento silencioso; era uma melodia sombria que ecoava através de sua respiração entrecortada.

Os soluços e lágrimas se tornaram uma expressão visceral da tormenta emocional que se desenrolava dentro dele. Naquele momento, o ódio e a tristeza se entrelaçavam, criando uma tempestade de emoções que ameaçava o engolir por completo, como se estivesse preso no olho de um furacão de sentimentos tumultuados.

Son Heungmin odiava Son Woongjung.

Ele o odiava, mas não por todas as coisas ruins que ele já causou em sua vida. Ele o odiava porque Woongjung não o amava, seu pai, aquele que deveria ser a fonte incondicional de carinho e proteção, se tornou a fonte de sua destruição. Pensar naquilo fazia Heungmin odiar ainda mais. O coreano mais novo não apenas odiava o Son mais velho pelas ações passadas, mas também por negar a essência básica da paternidade: o amor. Então, ele o odiava muito, porque tudo que ele queria era ser amado por seu pai, mas não era, e nunca seria.

— Sonny? — Uma voz mansa chamou por ele.

Quando o coreano ergueu o olhar ele encontrou Richarlison, que dava passos lentos e cautelosos, como se estivesse com medo de o assustar caso se aproximasse muito rápido.

— O que aconteceu? — Indagou o brasileiro, o observando minuciosamente, seus olhos se detendo no braço do coreano, focando nas manchas de sangue que marcavam a manga de sua blusa. — Você se machucou? Onde? Está doendo?