Capítulo trinta

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Richarlison estava visivelmente impaciente, os braços cruzados sobre o peito em um gesto de desafio. Seonho, por sua vez, mantinha a calma aparente, embora sua expressão denotasse uma ponta de irritação mal contida.

— Quando vai começar a me responder? Não tenho muito tempo. — O brasileiro pressionou, os olhos fixos e inquisitivos. — E vamos pular a parte em que você diz que não conhece Son Heungmin, os papéis do laudo dele iram dizer o contrário.

— Eu o conheço, mas qual o problema? — Seonho ergueu as sobrancelhas, sua voz agora mais firme, tentando manter uma aura de neutralidade.

— Por que deu um laudo falso?

— Quem disse que o laudo é falso?

— Então você quer me convencer que é normal um paciente com perda de memória recente ficar internado por cinco meses?

— Ele estava em meio a um tratamento de outro problema.

— Qual problema? E porque não há nada sobre isso na ficha dele?

— Como conseguiu acesso à ficha dele? — O coreano ergueu uma sobrancelha, seu semblante revelando uma mistura de curiosidade e cautela.

— Você ficaria assustado se soubesse o que eu posso ter acesso. — O brasileiro sorriu de leve, um olhar desafiador nos olhos.

— Me diga, quem é você e por que quer saber sobre Son Heungmin?

— Sou eu quem faz as perguntas aqui.

— E sou eu quem responde, mas se não me disser por que quer saber e quem você é, não irá receber nada também.

Um suspiro escapou dos lábios de Richarlison enquanto ele avaliava suas opções, pesando os riscos do que poderia ou não revelar.

— Sou o namorado dele. — O brasileiro finalmente admitiu.

A tensão no ambiente era palpável quando Richarlison dirigiu seu olhar desafiador para Seonho, que permanecia imperturbável, embora uma sombra de preocupação tenha passado rapidamente por seus olhos.

— O que eu ganho se responder suas perguntas? — Seonho perguntou, sua voz calma, mas os olhos buscando entender as intenções por trás das palavras de Richarlison.

— Seonho... — Clara interveio com uma expressão preocupada, trocando olhares entre o marido e o capixaba.

— Acho que sua mulher não explicou muito bem as coisas. — Richarlison disse, sua voz carregada de sarcasmo. — Se começar a me responder agora, você vai se livrar de um processo que é capaz de te deixar nesta prisão pelo resto da sua vida. Se não me responder, bem, você irá se arrepender pelo resto da sua vida.

— Vou? Tenho certeza de que Son Woongjung não está do seu lado na decisão de investigar o passado do filho dele.

— Vou contar um segredo para você, já que faz um tempo que está preso aqui e provavelmente não tem muitas notícias do mundo lá fora. — O brasileiro apoiou os braços na mesa, se inclinando para frente com um ar conspiratório. — Son Woongjung está enfrentando muitos problemas no momento. Em poucos meses, ele não será nada.

— Você está mentindo. — Seonho arqueou uma sobrancelha, desconfiado.

— Se é isso que você acha. — Richarlison deu de ombros, se levantando da cadeira com um sorriso sardônico. — Meus advogados entraram em contato com sua mulher.

O capixaba deu as costas, se segurando para não voltar até aquela mesa e obrigar Seonho a falar tudo que sabia por meio da violência, mas ele estava em um presídio e não planeja virar colega de sala do coreano naquele momento.

Na Batida do Seu Coração | 2SonOnde histórias criam vida. Descubra agora