DEZESSEIS

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Wang Yibo

Depois de ouvir tudo que Xiao Zhan tinha para dizer, não tinha mais como trabalhar.

Eu precisava cuidar dele.

Falei rapidamente com Tristan e Yizhou. Como eu já esperava, ele colocou toda a estrutura da USC à minha disposição para ajudar meu amigo.

Pelos próximos dias, trabalharei do meu apartamento, assim consigo levantar nos mínimos detalhes de tudo que Xiao Zhan investigou.

Por sorte, minha máquina em casa é tão fodida quanto a que temos na própria USC.

Tenho certeza de que há detalhes, que pelo nervosismo, ele deixou de fora.

Com todas as informações em mãos, saberemos por onde começar.

Yizhou partiu para sua nova missão, envolvendo a testemunha no caso dos federais, mas reforçou que está a uma ligação de distância.

É assim que somos, nós cuidamos um dos outros.

Como já era tarde, convenci Xiao Zhan a irmos para o meu apartamento.

Ele precisa de uma noite decente de sono e se alimentar.

No caminho, passamos no shopping e compramos algumas roupas e itens de higiene para ele. Zhan prometeu me pagar de volta, mas eu apenas ignorei.

Fugindo direto para aeroporto, é claro que ele não trouxe uma mala cheia de roupas, mas isto é o de menos, o importante é que ele está bem e aqui, comigo.

— Tem certeza de que não será um problema para você, Yibo?

— O quê? — pergunto, mesmo já sabendo do que se trata.

— Você sabe, ficar no seu apartamento. Eu realmente não quero incomodar. Morde os lábios.

— Você não incomoda — digo, sem pestanejar.

— Ok — responde e o resto do caminho é feito em silêncio.

Chego ao complexo de edifícios na beira do lago Phoenix e vejo como ele observa tudo com curiosidade.

— Uau, é lindo aqui, Yibo.

— Espere até ver a vista da varanda à noite — digo, dando uma piscadinha.

Xiao Zhan dá um leve sorriso e não vejo a hora de vê-lo novamente sorrindo, como em nossas conversas.

Estaciono e contorno rapidamente o carro, ajudando- a descer.

— Obrigado!

— Não por isso!

Pego as sacolas no porta-malas e seguimos lado a lado até o elevador.

Meu apartamento fica no último andar, e eu não poderia estar mais feliz com o local.

Próximo a restaurantes, farmácias, lavanderias, tudo que um homem solteiro precisa.

— Bem-vindo, Xiao Zhan — digo, abrindo a porta para ele. — Mi casa, su casa!

— Uau, é grande. Bem maior que o meu, em Campinas.

Vejo que a lembrança do seu próprio apartamento o deixa triste.

— Amanhã, vou falar com um cara de confiança que temos no Brasil.

Quando estivemos lá, na última vez, ele nos ajudou. Vou pedir para ele ver como está seu apartamento.

— Obrigada, Yibo. Parece que eu só fico te agradecendo, mas... Suspira.

DestemidoOnde histórias criam vida. Descubra agora