XVII

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O velho costume de Soraya Thronicke de tomar todo o espaço da cama onde dormia havia se adaptado às circunstâncias e aos seus desejos. Agora, mais do que ocupar o espaço físico dos lençóis, ela conquistava um território cada vez maior no coração da morena de sorriso doce e olhar intenso que se propôs a dividir o quarto com ela.

Pegou no sono nos braços de Simone e acordou mais precisamente em cima do corpo alvo e macio. A professora estava de bruços, e com a cabeça na curvinha de seu pescoço ela respirava fundo para sentir o cheiro gostoso dos cabelos negros enquanto espalhava beijinhos pela extensão dos ombros e nuca.

Simone dormia tranquila, com a expressão serena de mais absoluta paz. O carinho suave da loira em suas costas fazia os pelinhos arrepiarem e quando sentiu o leve arranhar das unhas curtas por seus braços ela suspirou, escondendo o rosto no colchão.

"Hmmm...faz cócegas." A frase saiu abafada pelo travesseiro, fazendo a advogada dar uma risadinha com a fofura.

"Não resisto ver você assim tão linda e não te tocar." Ela esfregava o rosto nas costas na morena, beijando cada pintinha que encontrava pelo caminho.

"'Cê parece uma gatinha manhosa se esfregando desse jeito. Só falta ronronar." Disse ainda escondida no travesseiro, aproveitando o carinho.

"Eu não sou uma gatinha! Sou uma fera!"

Quando ia cravar os dentes na pele branquinha para enfatizar seu ponto, Simone se virou rapidamente, prevendo o que ela estava prestes a fazer.

"Ah, isso eu bem sei! A fera me atacou a noite inteira." 

"Já disse que não tenho culpa de você ser gostosa desse jeito." A loira argumentou, fazendo um biquinho e cruzando os braços.

"Ohh, não precisa fazer bico! Vem cá, minha gatinha. Eu adoro quando 'cê fica toda selvagem na cama e me deixa molinha só pra você."

"Boba!" Soraya logo se rendeu. Caindo mais uma vez nos braços da morena ela selou os lábios delicadamente, acariciando a bochecha fofinha "Bom dia, minha flor."

"Bom dia, meu bem."

"Quanto tempo acha que nós temos até o Ralf arrombar a porta?"

Simone riu, mas não perdeu tempo em dizer, "Para o seu governo, eu deixei bastante ração para ele ontem. Além de um biscoitinho escondido no armário da lavanderia que ele sabe abrir."

Boquiaberta com a perspicácia da professora ela deixou um beijo estalado em seus lábios "Que mulher boa! Mas de qualquer forma, não podemos enrolar muito, temos uma bagunça na cozinha e é melhor arrumarmos antes que a Janja veja."

"É justamente por isso que vou fazer você gozar bem rapidinho."

Como sempre cumpre sua palavra, a morena colocou as mãos e a boca na massa no mesmo instante. Sumiu por debaixo dos lençóis, descendo pelo corpo esguio com beijos molhados e apertões por onde passava. 

Não demorou muito para Soraya esquecer completamente sobre bagunças, horários e trabalho. Nada era mais importante do que ter a boca quente de Simone explorando todos os pontos de seu corpo, principalmente o mais prazeroso entre eles, que a propósito, ela sabia satisfazer muito bem. 

No andar debaixo, apesar da excelência da professora em proporcionar não um, mas dois orgasmos extraordinários que bambearam as pernas de Soraya, já era tarde demais. 

Janja havia chegado mais cedo, trazendo vários materiais novos de pintura para organizar e dado de cara com um visitante inesperado subindo as escadas da varanda para tocar a campainha.

"Bom dia, Ramez! De pé tão cedo?"

"Bom dia, Rosângela. Sim, vim conversar com a Soraya." Cavalheiro como sempre, o homem auxiliou a moça a carregar as coisas enquanto ela abria a porta.

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