Capítulo 18

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Me pergunto se isso tudo está correto, as pessoas tem mesmo esse poder sobre nossas vidas? Elas podem mesmo decidir sobre se vivemos ou morremos?

Nas últimas horas naquele galpão apanhei como se eu fosse treinada para aquilo, me perguntei varias vezes se realmente merecia aquilo. Eu os via rindo enquanto me batiam ou me humilhavam, pessoas tão ruins, que sente felicidade em ver uma pessoa sendo espancada.

Mas eu me lembro do rosto de todos, de cada sorriso, e eu irei tirar forças do fundo de minha alma, mas irei me vingar.

Gabriel me ajuda a levantar da cama, e ir ao banheiro, meu corpo está muito dolorido, vejo meu reflexo no espelho e não consigo me reconhecer. Minha pele ainda continua pálida, meus olhos estão roxos, cortes um pouco abaixo da sobrancelha, e no canto esquerdo da boca, eu estou destruída, sinto meus olhos enxerem de lágrimas mas eu as seguro, esse não é o momento para chorar.

A partir de hoje a antiga Anna está morta, ela morreu naquele galpão.

Luca, onde você estiver por favor me espere, não desista eu irei te buscar. E não, eu não permito que você morra.

Resolvo tomar um banho para relaxar meu corpo, escuto Gabriel batendo na porta.

-Anna, você está bem?

- Sim, já estou saindo.

Permaneço ali por mais algum minutos, Gabriel comprou roupas para mim, as coloco, e saio do banheiro.

- Anna, precisamos conversar.(ele fala sério)

- Gabriel, eu não irei mudar de ideia, já está decidido.(falo sem dar atenção para oque ele deseja falar)

- Mas você não sabe o quanto isso é perigoso.

- Gabriel, por favor, não me peça isso, eu não posso viver assim, eu não posso aceitar isso, se quiser me acompanhar será bem vindo, se não eu irei sozinha.

- Você sabe que eu nunca te abandonaria, eu preciso te falar algo.(ele desviar o olhar do meu)

Eu achava que nada poderia piorar, ver Carlo morrendo em minha frente, ver Luca ir me salvar e não sair daquele galpão ao meu lado, e eles também mataram Maria a sangue frio, ouvir isso de Gabriel me deixa cega de ódio e louca por vingança.

Gabriel se sente relutante em deixar que eu faça algo, mas ao mesmo tempo vejo o ódio em seu olhar por tudo que aconteceu.

Saber que Luca foi me salvar sabendo que não poderia sair de lá, acabou com meu restinho de força, como ele pode fazer isso comigo? porque ele foi? porque não me deixou lá? tentei segurar minha lágrimas mas eu não consegui, elas desciam sem controle. Gabriel me abraça forte tentando me dar um pouco de conforto, mas a dor é gigantesca.

[...]

Mesmo sem liberação médica estamos saindo do hospital, eu não suporto ficar nem mais um segundo nesse local, saímos escondidos mesmo, estamos indo rumo a casa de Luca, não imagino como vai ser difícil ficar lá naquela casa sem a presença dele. Encosto minha cabeça no vidro do carro e fico olhando a paisagem passar em minha frente, vejo que o tempo todo Gabriel olha em minha direção, acredito que ele está preocupado comigo.

O caminho seguimos em silêncio, mas acredito que nós dois estávamos precisando desse silêncio.

Chegando em casa, Gabriel me ajuda a descer do carro pois meu corpo ainda dói muito.

- Vamos, eu te levo para o quarto!

- Eu não quero ir para lá agora, me leve para o escritório

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