Vinte e Três

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Maria Luiza point of view

Acordo para mais outro dia de trabalho. Hoje era aniversário da minha mãe, o que significa que vai ser um dia difícil para mim. Minha mãe adorava o aniversário dela, eu e meu pai sempre costumavamos fazer um grande café da manhã para ela. Bons tempos que não voltam mais.

Olho no meu celular vendo que ainda tem alguns minutos antes do meu irmão ir para a escola, desde o dia do hospital eu não falei mais com Enzo, ele provavelmente deve ter feito algo e ficado de castigo porque ele não respondeu minhas mensagens no whatsapp.
Me sento na cama e ligo para meu pai que após longos minutos atende.

Call on

Pai: Fala Maria Luiza- o mesmo fala sendo rude.

Nossa que delicado.

Eu: Oi pai, bom dia- falo ignorando a fala rude dele- Hoje era o aniversário da mamãe- falo e ouço ele bufar.

Pai: Maria Luiza ela não tá mais aqui então hoje é um dia normal como qualquer um outro- ele fala e sinto como se o mesmo tivesse me dado uma facada no peito.

Não é um dia como qualquer outro, é o aniversário da sua primeira mulher que foi o amor da sua vida.

Eu: Não é um dia qualquer- falo já sentindo as lágrimas escorrendo pelo meu rosto.

Pai: Era só por isso que você me ligou?- pergunta sendo rude novamente.

Eu: Eu quero conversar com o Enzo- falo e ouço ele dar uma risada irônica.

Pai: O dia que você mudar, e ser uma mulher de caráter você volta a conversar com o Enzo, ele não pode continuar convivendo com uma pessoa assim, eu e a Galdina não queremos que ele se torne sem responsabilidade- ele fala e dessa vez deixo o choro tomar conta de mim.

Como podem fazer isso? Que tipo de pessoas são essas? Meu Deus.

Eu: Me diz que você tá brincando?- pergunto em um fio de voz.

Pai: Eu não brinco Maria Luiza e você sabe disso, sorte da tua mãe ter morrido e não ter precisado ter a responsabilidade de cuidar de você- fala e sinto meu peito doer.

A dor sentimental já era tão grande que chegava a ser física.

Eu: Coisa que você não fez né?- pergunto com a voz falhando.

Pai: Eu fiz tudo o que eu podia por você sua ingrata, você nunca soube retribuir nem eu nem a minha esposa por tudo que a gente fez por você, EU limpei a tua barra pagando páginas de fofoca Maria Luiza, isso eu nunca precisei fazer pela tua irmã que é jogadora famosa! Sempre te dei de tudo e porque tanta ingratidão? A Ariadina não é minha filha de sangue e me deu mais orgulho que você, sinto um desgosto enorme em dizer que sou seu pai- ele fala e não consigo dizer mais nada a não ser desligar a chamada e deixar o choro tomar conta de mim.

Call off

As vezes penso se realmente mereço ouvir todas essas coisas. Eu nunca fui a melhor filha, mas me esforcei para ser. Ariadina também nunca foi perfeita mas sempre foi aplaudida por eles. Eu nunca cobrei o mínimo que meu pai deveria ter me dado que era amor, e agora sou chamada de ingrata.

Minha vontade era de gritar o mais alto possível para expressar o tanto que essas palavras machucam. A dor no meu peito se fazia presente novamente e eu já estava tremendo.

Respira. Respira. Respira.

Levanto da cama sem força alguma e faço minhas higienes pessoais. Por mais que eu estivesse machucada não poderia ficar em casa e me trancar no meu quarto e chorar pelo resto do dia, por mais que fosse minha maior vontade no momento.

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