Dezoito

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Maria Luiza point of view

...

Após o acontecido de alguns minutos atrás consegui fazer com que Beatriz me soltasse. Meu corpo ainda está anestesiado pelos toques da mesma, tenho certeza que quando eu dormir vou sonhar com essa mulher me macetando.

Após longos minutos dentro desse carro, sem dizer uma mísera palavra finalmente chegamos no aeroporto.

Eu: Nada aconteceu! Você continua me odiando e eu continuo te odiando, eu precisei de uma carona e você me ajudou- falo e ela revira os olhos.

Bia: Nada aconteceu- fala levantando as mãos para o alto.

A mesma retira minha mala do banco de trás e me entrega.

Bia: Eu vou querer terminar o que eu comecei- fala perto do meu rosto.

Sinto meu corpo inteiro arrepiar. E me afasto em seguida.

Eu: Isso nunca mais vai se repetir!- falo e pego minha mala e saio o mais rápido possível dali.

Meu Deus que loucura. Onde eu estava com a cabeça quando eu fui provocar essa mulher? Perdi totalmente a noção do perigo.

Respiro fundo e ouço a mulher vir atrás de mim, por sorte o caminho até a área de embarque não é longe. Faço o check-in e procuro Gutierres.

Amanda: Eai gatinha- fala me abraçando e beijando minha testa- Achei que não ia vir mais- fala me soltando.

Eu: Meu carro estragou de novo- falo bufando.

Amanda: Porque não me ligou?- pergunta me puxando para sentar.

Eu: Eu vim com a Beatriz- falo e ela me olha curiosa.

Amanda: Perdi alguma coisa? Geralmente você viria de carona na carruagem do capeta mas não viria com ela- fala e eu rio.

Eu: Eu realmente não tinha outra opção e ela tava saindo de casa também, o caminho todo foi um silêncio- falo não contando da parte em que eu e ela tivemos um pequeno descontrole.

Amanda: Vocês não se mataram então tá tranquilo- fala e concordo.

Eu: Tá ansiosa?- pergunto animada.

Amanda: Tô normal é mais um dos jogos clássicos- fala dando de ombros.

Eu: Então é só eu mesmo- falo me encostando no banco- Vai ser a primeira vez que eu vou trabalhar em campo mesmo pelo Palmeiras- falo e ela concorda.

Amanda: Quero fotos incríveis minhas- fala e reviro os olhos.

Eu: Sabe me dizer como a Ariadina tá?- pergunto ao olhar para o outro lado da sala e ver ela sentada sozinha.

Amanda: Tá bem, ela ainda tá bem mexida com tudo- fala e concordo.

Eu: Imaginei- falo ainda olhando para a garota.


...

Uma hora de voo e finalmente pousamos no Rio. Assim como no avião o ônibus que nos levaria para o hotel seria separado.

Eu: Até depois- digo me despedindo de Gutierres e a mesma beija minha testa.

Amanda: No hotel a gente se fala- fala e então se encaminha para o ônibus em que as jogadoras estão entrando.

Me encaminho para a van da comissão técnica e me sento junto com Daniel, o mesmo estava sorrindo até para as árvores. As vezes eu tenho a desconfiança que alguém da algum tipo de droga para ele, tem uns comportamentos esquisitos.

Daniel: Animada Malu?- pergunta e posso ver que o mesmo está com energia para dar e vender.

Eu: Tô bastante, mas tô com mais sono ainda- falo e rio.

Daniel: Deixa disso a gente tá no Rio- o mesmo fala como se estivesse indo passar férias no Rio de Janeiro.

Eu: É...- falo deixando o assunto morrer.

Encosto a cabeça na poltrona e fecho os olhos na esperança de conseguir tirar um cochilo por alguns minutos.

...

Nesse momento eu estava atrasadissima. O que seria de uma patricinha sem o atraso não é mesmo?. Chegamos de madrugada aqui e como me falaram que eu não iria precisar fotografar o treino de antes do jogo decidi fazer o que eu faço de melhor: dormir.
Dormi praticamente esse tempo todo, agora são seis da tarde e eu estou correndo pelos corredores do Maracanã feito louca porque me atrasei fazendo a maquiagem, vim em um carro super apertado com os últimos ajudantes técnicos.

Eu: Oi, boa noite- falo parando de correr assim que vejo um senhor que tem a identificação de que trabalha ali- O senhor sabe me dizer como chegar ao gramado?- pergunto um pouco ofegante.

Xxx: A senhorita tá um pouco longe, mas segue reto por aqui e vira a direita, lá vai sair no vestiário aí você só sai pelo gramado por lá- fala e afirmo.

Eu: Muito obrigada- sorrio educada para o mesmo.

Começo a correr feito uma louca desgovernada pelo corredor que parece não ter fim. Ele tem fim quando eu bato em algo e caio de bunda no chão após bater a testa em algo que eu não tinha visto.

Eu precisando urgente de um óculos.

Passo a mão pela minha testa onde tinha batido. Não lembro de ter visto a parede.

Bia: Agora não vai dizer que fui eu que te "agredi"- fala e reviro os olhos sem nem olhar para ela.

Eu: Tava no meu caminho porque cacete?- pergunto ainda sentada no chão.

Bia: Eu que te pergunto já era pra você tá no gramado e você tá aqui correndo igual uma cabrita pelos corredores- fala e reviro os olhos novamente.

Eu: Eu tô perdida, atrasada e de quebra fui agredida por você!- falo e ouço ela bufar e me levantar do chão parecendo uma boneca de pano.

Bia: Machucou?- pergunta fazendo eu tirar a mão da testa.

Eu: Claro que machucou! Já tá formando um galo, olha- falo passando a mão pela testa novamente.

Bia: Para de drama só tá vermelho- a mesma passa o dedo com cuidado por cima e me puxa pelo braço.

Eu: Me solta Beatriz!- falo e ela aperta com mais força meu pulso.

Bia: Tem como você fechar a boquinha por pelo menos dois minutos?- pergunta parando abruptamente na minha frente fazendo com que fiquemos muito próximas- Eu tô te levando até o gramado- fala e eu bufo.

A mesma me puxa passando pelo vestiário até chegarmos perto do gramado.

Bia: Consegue ir agora ou ainda vai se perder?- pergunta e eu reviro os olhos.

Eu: Te odeio Beatriz- falo me soltando e indo para o gramado.


...

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