Em meio a um turbilhão de emoções, Lunna e Adam são lançados em um caminho repleto de desafios e segredos ocultos. Separados pelo destino, eles lutam para superar as dores do passado e encontrar a verdadeira redenção. Enquanto buscam a conexão perdi...
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Finalmente, depois de seis anos preso, hoje estou saindo da penitenciária. Assim que os portões se abrem, saio com mais dois ex-presidiários, cada um corre para a sua família ou alguém especial que os espera. Dou alguns passos e vejo meu advogado parado ao lado de um carro, caminho na sua direção e ele me cumprimenta.
Abre a porta do carro e entro no lado do passageiro, coloco o cinto e saímos dali.
— Porque meus pais não vieram? — pergunto olhando para ele.
— Seus pais foram embora de Boston, já faz uns dois anos.
— E, por que não me avisou?
— Eles pediram para não avisar. Me desculpe senhor Harris, mas quem paga os meus honorários são eles, cumpro o ditado que diz: Manda quem pode, obedece quem tem juízo — ele diz e não acredito que fizeram isso comigo.
— E o jornal?
— Eles o venderam no ano passado.
— O que irei fazer? — ele encosta o carro em frente a um prédio, abre o porta luvas tirando um envelope de lá de dentro e me entrega.
O pego e abro olhando dentro, vejo um celular, chaves e um cartão.
— O que é tudo isso? — pergunto mesmo sabendo da resposta.
— Seus pais te deixaram um apartamento, você tem um novo celular e esse cartão tem um dinheiro para que você possa se manter enquanto procura um emprego. — Isso é sério? — Quando precisar falar com o seu pai, pode ligar neste número e já digo que não é o pessoal dele — ele me entrega um cartão contendo apenas o número e o pego. — Por que estão fazendo isso comigo? Eles querem renegar o único filho?
— Olha senhor Harris, tudo o que aconteceu abalou seus pais e a empresa! Eles tiveram que vendê-la, pois começou a perder a credibilidade e foram embora.
— Você sabe onde eles estão pelo menos? — França. É só isso que posso dizer — ele diz e abro a porta do carro descendo, assim que a fecho caminho para a entrada do prédio, olho para trás e vejo quando ele fala ao celular olhando para mim.
Agora serei vigiado? Ele irá contar cada passo que irei dar para meu pai? Entro e caminho até a recepção.
— Ola, bom dia! Qual o andar do apartamento... — pego a chave dentro do envelope e tem um papel nela, o tiro vendo o número marcado nele. — Apartamento 32. — Bom dia, senhor, o apartamento fica no sexto andar. — Obrigado — me viro para ir até o elevador.
— O senhor é o novo inquilino? — me viro para olhar o senhor que está na recepção com um sorriso gentil.
— Sim! — digo e sorrio.
— Bem-vindo ao Nest House.
— Obrigado — digo me virando e voltando a caminhar. Aperto o botão do elevador e as portas se abrem, entro apertando o botão do meu andar e as portas se fecham.
Assim que o elevador vai subindo, Kim vem a minha mente, como será que ela está? E a minha filha que nunca conheci? Sei que errei com ela e nem sei onde estava com a cabeça quando fiz aquilo! O elevador apitou avisando que chegou no meu andar, as portas se abrem e caminho pelo corredor extenso, meu apartamento é no final do corredor, paro em frente a porta e respiro profundamente. Pego a chave e abro a porta, assim que entro vejo várias caixas empilhadas em um canto, alguns móveis estão cobertos. Caminho até a porta da varanda e a abro para que a brisa entre, vejo ser uma cozinha americana, vou para o corredor e abro a primeira porta, vendo que é um quarto pequeno. Abro a outra vendo ser o banheiro e depois a última que é de um quarto maior.
Fico imaginando que aquele quarto poderia ser da minha filha, imagino uma criança igual a Kim, correndo por aquele cômodo. Um enorme arrependimento me invade, o que eu fiz com a minha vida? Rejeitei a minha filha ainda na barriga da mãe, nada do que eu disser a mim mesmo vai apagar o que fiz, muito menos as desculpas vazias. Volto para a sala e caminho até uma caixa, a abro e vejo um envelope, assim que o pego vejo que são os papéis do divórcio e os guardo novamente. Vou para o sofá e me sento nele, pego o celular e vou pesquisar sobre meu pai, mas uma coisa chama a minha atenção, vejo uma imagem da Kim sorrindo.
Entro na notícia e lá está ela, linda como sempre foi! Ao lado de um homem. Desço para ler a matéria e meu coração dispara com o que começo a ler.
O empresário Evam Diori, dono dos hotéis mais badalados de Boston, comemora hoje o aniversário de sua filha mais velha, Natalie Fiore Diori. Juntamente com sua esposa que está lindíssima gravidinha e seu filho mais novo Yuri Fiore Deori, sabemos que a festa será a mais comentada e tenho certeza que Natalie tem muito orgulho do seu paizão!
Vou para baixo o mais rápido possível para ver fotos e vejo algumas imagens do tal Evam junto com a minha filha, meu coração se aperta. Tem algumas deles sorrindo, eles na Disney, em uma sorveteria. Outras estão os quatro juntos, algumas só estão ela e a Kim, que realmente está muito linda grávida! Na verdade, ela sempre foi. Jogo o celular no sofá e realmente eu fui um idiota! Não posso dizer que sou um homem, pois não agi como tal. Irei conquistar a minha filha e mostrar a ela que eu me arrependo por ter feito o que fiz.
Pego o meu celular novamente e saio da matéria, levantando do sofá e pegando o cartão que joguei em cima de uma caixa assim que entrei, caminho para a varanda e disco o número que chama e sou atendido no quarto toque.
— Alô! — digo assim que atendem e coloco no viva-voz.
— Pois não, quem fala?
— Me chamo Antony, o doutor Rogers me passou esse número, para que eu possa falar com meu pai.
— Só um instante — a pessoa diz e fico olhando para os outros prédios e me sinto ainda em uma prisão.
— Antony! — a voz do meu pai sai pelo alto-falante.
— Oi, pai.
— O que você quer? — percebo que ele não quer conversa.
— Estou ligando para avisar que estou no apartamento.
— Eu sei! Rogers me avisou e você viu ele fazendo isso, só me ligue quando virar homem e tente pelo menos consertar a burrada que fez com o nome da nossa família! Não se esqueça que você tem uma filha, mesmo não cumprindo o papel de pai, você precisa conversar com a mãe dela e a ajudar com o que ela precisar. Arrume um emprego e não fique dependendo do meu dinheiro... — ele diz e fica em silêncio.
— Quem é Alfonse? — ouço a voz da minha mãe e uma lágrima escorre pelo meu rosto.
— Já irei desligar meu bem — ouço um barulho. — Sabe Antony, me dói ter que te tratar assim, mas você precisa crescer e quando isso acontecer, estaremos aqui de braços abertos para te receber — ele diz e desliga.
Olho para o celular e lágrimas banham o meu rosto, me sinto tão sozinho! Mas irei dar orgulho a eles novamente.
