Você é minha (parte 1).

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Nota da autora: esse capítulo deu um trabalhinho de escrever, então sejam fofas comigo. Votem e comentem.
Boa leitura 🔥
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Eu não conseguia explicar o efeito que Anne tinha sobre mim, como ela conseguia me deixar completamente imprudente em questão de segundos. Eu senti falta da sensação do seu beijo e do toque da sua pele sobre a minha. Naquele momento, agradeci mentalmente ao lembrar que os vidros do carro eram escuros e completamente impossível de verem algo do lado de fora.

- Billie, não... - ela interrompeu. - Não pense que pode aparecer do nada e me ter a hora que você quiser.

- Anne, se eu pudesse eu estaria sempre com você. - seus olhos ainda me fitavam quando eu disse aquela frase. Ela ficou em silêncio no meu colo. - Você sabe disso...

- Eu fiquei todos esses dias tão preocupada... Eu...

- Eu to aqui agora.

- Foda-se, eu quero saber. O que você ficou fazendo todo esse tempo? - ela perguntou incisiva.

- Basicamente, treinando. - nesse momento mostrei a ela as marcas de calos nos meus punhos.

- Você está realmente diferente. - ela disse levantando a manga da minha blusa. - Treinando sozinha?

- Com duas pessoas. Não posso dizer seus nomes no momento, mas são pessoas que eu aprendi a confiar.

- Aparentemente estão pegando pesado com você.

- Acho que é para o meu próprio bem, a Ash diz que... - nesse momento levei minha mão a boca imediatamente. Eu não podia ter dito seu nome. Que droga.

- Ash? - Anne arqueou a sobrancelha. - Hm... Uma garota. Então é com ela que você está treinando.

- É, então...

- Ash... - ela continuava.

- O que foi?

- Nada. - ela novamente fez menção de sair do meu colo e eu segurei suas pernas.

Eu sabia que poderia deixar ela furiosa, mas não pude evitar de fazer a pergunta que eu queria fazer. Eu estava brincando com fogo naquele momento.

- Ciúmes? - confesso que eu tinha um pequeno sorriso cínico nos lábios.

- Vai se foder, Billie. Não estou com ciúmes. - ela parecia furiosa.

- E por que parece que está?

- Porque você é uma convencida. - dessa vez ela se levantou afoita do meu colo e se sentou no banco do carona. Eu dei uma leve risada. - Vamos, me deixe em casa.

- A minha casa está mais perto.

- Tanto faz. - dei partida no carro e observei seu rosto furioso e encostado na janela do carro.

No trajeto fazia um silêncio absurdo. Anne não dirigiu uma palavra sequer a mim. No fundo, eu sabia que seria extremamente desconfortável saber que a pessoa que você estava envolvida sumiu por metade de um mês e estava todo esse tempo com outra mulher. Por mais que não tenha rolado nada, eu sei o que poderia parecer.

Resolvi ligar a rádio no carro, onde começou a tocar uma música qualquer. Anne rapidamente levou o dedo ao botão e desligou.

Ok, seria um longo trajeto. Ri involuntariamente.

Minutos depois parei no estacionamento do meu apartamento. Ela continuava em silêncio.

- Chegamos. - falei.

Verão Azul (Billie Eilish)Onde histórias criam vida. Descubra agora