Hoseok estremeceu. Agulhas geladas picavam sua espinha e apunhalavam os músculos de suas costas. Seu pescoço estava rígido. Sua boca estava seca e amarga.
Algo com muitas pernas peludas subiu por seu braço. Ele o esfregou, mas seus dedos tocaram em nada. Sua pele estava limpa. Hoseok continuou esfregando o braço só para ter certeza, sentiu o toque das perninhas em seu cotovelo, esfregou ali, e então dezenas de insetos invisíveis se espalharam por seus ombros e costas. Cerdas duras de inseto e minúsculas garras quitinosas arranharam-no, deslizando pelo pescoço. Ele estremeceu, atacando a si mesmo. Namjoon se inclinou para ele e deu um tapa em sua mão.
— Mantenha suas mãos longe de mim.
— Eu vou, se você as mantiver paradas.
— O que sabe sobre isso?
Hoseok apertou a jaqueta para si mesmo, sentindo os papéis no plástico liso. Ainda estavam lá.
— Aquela aberração de pele vermelha que você viu é um Rastreador. Ele precisará de muito pouco... um pouco de saliva, algumas gotas de sangue no rio para descobrir onde você está. Estamos remando contra a correnteza. Se você se arranhar até sangrar, a corrente arrastará o seu sangue para trás e, na próxima vez que ele rastrear o rio a sua procura, sentirá seu gosto. Então irão dar a volta na embarcação e virão atrás de nós com seus sete rifles.
— Como sabe?
Namjoon tocou a testa dele com a mão e ele se afastou, a pele dele estava quente. Namjoon mostrou-lhe a palma da mão úmida de suor.
— Agora eu sei que você sente que há insetos fantasmas rastejando em sua pele. Seu coração está disparado. Sua língua está seca e sua boca tem gosto de algodão, suas mãos e pés estão congelando, mas seu corpo está quente. Eu sei disso porque já experimentei. — Ele continuou empurrando o barco.
Não se arranhe. Hoseok se abraçou para se aquecer. Seus dentes batiam. Não se arranhe.
— Como você a-a-a-a-aguentou não se arranhar?
Namjoon fez uma careta.
— Eu era um soldado em Adrianglia. Já encontramos essas aberrações da Mão antes. — Ele se apoiou na vara. — Os Adrianglianos do Espelho e os Louisianos da Mão estão lutando uma guerra fria há anos. Adrianglia e Louisiana estão muito bem equiparados em força e poder. Se uma guerra de verdade estourar, ela se arrastará por anos, então, em vez disso, eles continuam jogando espiões uns nos outros, procurando um meio mais fácil para a certeza de uma vitória. Os espiões de Adrianglia usam magia em seus dispositivos e armas. Os espiões da Louisiana são magos. Eles foram tão distorcidos e corrompidos que alguns deles não são mais humanos.
Hoseok já sabia de tudo isso.
— P-p-por que isso nos deixa doentes?
— Eventualmente, as aberrações da Mão ficam tão fodidas que começam a emanar sua magia corrompida. Essa magia é venenosa para nós. É como encontrar um cadáver podre, o fedor te fará vomitar, dessa forma não terá dúvidas de que aquela carne é ruim para comer. Mesma coisa aqui. Quanto mais distorcidos eles são, pior é a magia deles. Eles também sabem disso. Usam-na para enfraquecer suas presas. Eventualmente, seu corpo se recuperará, mas até então você estará vulnerável.
— Quando o efeito passará?
— Depende.
Que tipo de resposta é essa?
— Quanto tempo d-d-durava em você?
Houve uma pequena pausa antes dele responder.
— Dezoito horas.
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Série Na Borda - Livro 2 - Lua do Pântano
FanfictionSérie: Na Borda Livro: 02 O Edge fica entre mundos, na fronteira entre o Broken, onde as pessoas fazem compras no Wal-mart e a magia faz parte só dos contos de fadas, e o Weird, onde os nobres Sangue azuis governam, os metamorfos vagam, e a força de...