Vinte e Sete

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Namjoon reclinou-se. Afundando-se ainda mais na maciez confortável de uma poltrona na biblioteca dos Jungs. Aranha se foi. Se foi para algum lugar no Mire. Tudo estava escrito naquele maldito diário. Isso diria a ele para onde Aranha foi e o que ele queria de Hoseok. Exceto que a maldita coisa estava em código. Hoseok sentou-se perto da janela com o diário, uma caneta e um pedaço de papel no colo.

A biblioteca estava lotada. Os Jungs entravam e saíam, irradiando ansiedade. Namjoon cerrou os dentes. Toda essa tensão o deixava nervoso. No canto, Seokjin meditava sobre uma taça de vinho. Ele, Jang Uk e Erian sentaram-se à porta, como três cães de guarda.

Namjoon não parava de repassar a sequência em sua cabeça. Ele memorizou uma página e meia do código. Era um código, tinha certeza disso. Havia um padrão. Os números se repetiam em sequência.

R1DP6WR12DC18HF1CW6BY12WW18BS3VL9S R1DP6WG12E...

Mas raramente se repetiam com as mesmas letras R1, P6, R12, C18 e, em seguida, F1, W6, Y12... Ou era 1D, 6W? Eles diferenciavam no 6. Exceto para o primeiro intervalo de 1 a 6, que diferenciou no 5... Mas então havia a segunda sequência... 3, 9, 15, 19. Às vezes, os números executavam a sequência inteira, e às vezes eles terminavam e uma série diferente era reiniciada.

Namjoon tinha martelado seu cérebro nesse padrão, desde que o viu. Códigos não eram sua praia, mas ele conhecia a premissa básica... descobrir a combinação de letras e números que ocorrem com mais frequência e tentar colar a letra do alfabeto usada com mais frequência em seu lugar. Mas Namjoon era um caçador, não um decifrador de códigos.

Erian tirou as pernas da cadeira e começou a andar, medindo o comprimento da biblioteca com passadas largas. Sua voz soou baixa.

— Já se passaram três horas. Hoseok não vai quebrar esse código.

— Ele vai quebrá-lo — disse Jang Uk. — Foi o trabalho da vida de Vernard, e ele era seu neto favorito.

— Sim. —Um tom amargo na voz de Erian disparou um alarme na cabeça de Namjoon.

— Qual é o seu problema? —Seokjin manteve a voz baixa. — Ele cuspiu no seu café da manhã?

Erian girou em seu pé.

— Acabou. Por que vocês dois não entendem isso? A guerra acabou, nós vencemos, estamos livres dos Sheeriles.

— Não acabou até que tenhamos Gustave de volta e a cabeça de Aranha — disse Jang Uk.

Erian balançou a mão, seu rosto em desgosto.

— A família inteira enlouqueceu.

Jang Uk levantou-se suavemente, cruzou a biblioteca e puxou um grande volume de couro da prateleira.

— O que é isso? —Perguntou Seokjin.

— Vovô foi exilado nos termos do Artigo 8.3 do Código Penal do Ducado da Louisiana. Acabei de perceber que nunca pensei em verificar o que diz o Artigo 8.3.

Jang Uk destrancou a aba de couro que prendia o livro, abriu a capa e folheou as páginas amarelas. Ele franziu a testa.

— Encontrei.

Jang Uk levantou o livro, mostrando a página. O título em letras vermelhas dizia 'Más Práticas e Corrupção de Juramento'. Uma longa lista de subseções surgiu dele.

— Subseção 3 — leu Jang Uk. — Página 242.

As páginas farfalharam quando ele as virou.

— Más Práticas. Experimentação Humana Ilícita. Desrespeito grosseiro pela integridade do corpo humano. Intenção de criar uma aberração.

Série Na Borda - Livro 2 - Lua do PântanoOnde histórias criam vida. Descubra agora