A luz cinza da madrugada se refletia nas úmidas agulhas de cipreste. Namjoon se inclinou para frente, segurando o galho de cipreste com os dedos para não cair. Acima dele, Seokjin se mexeu no emaranhado do musgo cabelo-de-donzela.
Quando Namjoon se ofereceu para patrulhar à frente dos Jungs, não achou que Hoseok o colocaria com seu primo. O corpo de Seokjin se movia suficientemente silencioso. Já sua boca era outro assunto.
Namjoon semicerrou os olhos. De sua posição no cipreste, podia ver a estufa de vidro e um pedaço da parede dos fundos a pelos menos quatrocentos metros de distância. Uma pequena figura corcunda e escura movia-se dentro da estufa. Enquanto observavam, o corcunda brandiu uma pá curta nos vidros. Fragmentos voaram para o chão.
— O que ele está fazendo? — Seokjin murmurou.
— Ele está destruindo a estufa.
Namjoon pulou do galho, saltou para o de baixo e se jogou para baixo, caindo no chão.
— Aonde você vai? — Seokjin sibilou.
— Vou entrar. Aranha e a maioria de seu pessoal se foram. Há apenas alguns agentes guardando o local.
— Devemos esperar por Hoseok.
Namjoon preparou sua besta e se dirigiu para a casa. Atrás dele Seokjin praguejou baixinho e pulou no chão macio. Namjoon caminhou pelo bosque de ciprestes até a borda da clareira e parou. O chão tinha um cheiro estranho.
Seokjin o alcançou.
— Protegido?
— Sim.
Seokjin pegou uma pedra e a jogou na clareira. Ela pousou entre duas Proteções. Uma haste verde saltou do solo e uma chuva de espinhos finos como agulhas salpicou o solo, arrancando fagulhas da pedra.
— Tem algum dinheiro com você?
— Não.
Seokjin fez uma careta.
— O que você tem?
Namjoon fez um inventário mental dos cerca de vinte e tantos itens que tirou da sacola de truques do Espelho e escondeu em suas roupas esta manhã. Praticamente nada que pudesse dar a Seokjin.
— Uma faca. — disse ele.
— Tudo bem. Aposto minha faca contra a sua que posso andar por lá ileso.
Namjoon olhou para a clareira de setenta metros que os separava da casa. Seria suicídio.
— Não.
Seokjin revirou os olhos.
— Não é a mesma coisa sem uma aposta.
Hoseok iria esfolá-lo vivo se seu primo explodisse. Seria muito divertido ver. Terapêutico até. Mas isso o faria chorar.
— Não.
— Namjoon, preciso de uma aposta, caso contrário, não funcionará. Você não tem nada a perder. Apenas aposte a droga da faca.
Namjoon pegou sua faca reserva e a enfiou no chão a seus pés.
— Divirta-se.
Seokjin largou a própria lâmina no chão e pegou a faca. Seus dedos correram ao longo da lâmina, acariciando o metal. Ele fechou os olhos e entrou no campo. O pé de Seokjin pairou sobre um ponto, ele se virou, os olhos ainda fechados, e virou para a esquerda, depois para a direita. A ponta da bota direita quase tocou um pedaço de solo suspeito, então Seokjin oscilou e girou para longe. Ele continuou avançando, cambaleando como se estivesse bêbado, saltou com graça, congelou, apoiou-se na planta do pé esquerdo e atravessou os últimos três metros em uma corrida reta.
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Série Na Borda - Livro 2 - Lua do Pântano
FanfictionSérie: Na Borda Livro: 02 O Edge fica entre mundos, na fronteira entre o Broken, onde as pessoas fazem compras no Wal-mart e a magia faz parte só dos contos de fadas, e o Weird, onde os nobres Sangue azuis governam, os metamorfos vagam, e a força de...