Trinta

13 4 12
                                    


Namjoon abriu os olhos. Ripas de madeira corriam no teto acima de sua cabeça. Ele piscou. A dor o varreu em uma torrente, arrancando um gemido. As coisas estavam fora de foco.

Uma porta bateu. Uma forma indistinta entrou no quarto. Namjoon tentou golpear, mas seu braço caiu mole.

— Sou eu, sou eu — disse a voz de Soobin.

Uma mão o segurou. Namjoon rosnou.

— Vamos, amigo — disse a voz de Zeke. — Você está seguro, está tudo bem. Tudo bem. Soobin, coloque-o de volta na cama, antes que ele se machuque. Aqui vamos nós.

— Onde ele está?

— Seguro — disse Soobin. — Ele está seguro.

Vivo. Hoseok está vivo.

Uma xícara tocou seus lábios.

— Beba — disse Zeke. — Vai se sentir melhor depois de beber.

O líquido derramou em sua boca. Tinha um gosto horrível, amargo e metálico. Namjoon tentou cuspir, mas de alguma forma o líquido desceu por sua garganta até o estômago. O calor se espalhou por ele, amortecendo a dor.

Lentamente, sua visão voltou ao normal, e ele olhou para Soobin ajoelhado ao lado da cama, seu rosto a cinco centímetros de distância. Havia algo prendendo pescoço de Namjoon. Ele estendeu a mão. Seus dedos roçaram uma coleira de couro.

— Espere. — Zeke estendeu a mão e desabotoou algo, tirando uma grande coleira de cachorro. — Me desculpe por isso. Você se transformou em lobo algumas vezes. Tive que mantê-lo preso.

Namjoon balançou a cabeça. Sua voz saiu rouca.

— Onde está Hoseok?

— Ele precisava voltar para casa — disse Soobin.

— Onde estou? — Ele tentou se levantar, mas eles o seguraram.

— Acalme-se — Zeke disse a ele. — Vou explicar tudo para você, mas tem que ficar calmo ou vamos amarrar sua bunda na cama. Entendeu?

Bem.

Namjoon se deitou novamente.

— Os Jungs o trouxeram para mim quatro dias atrás. Você estava dentro de uma espécie de caixa, e mal respirava. Aparentemente, estava gravemente ferido e seja lá o que essa caixa fazia o manteve vivo, mas não estava curando-o. Hoseok disse que tínhamos que trazê-lo para o Weird porque o Mire não tinha magia suficiente e se o deixássemos lá, você morreria.

Eles o colocaram na Urna. Ele morreu. Namjoon se lembrava de ter morrido e da névoa vermelha e depois de nada.

— Não tínhamos muito tempo — disse Zeke. — Você estava pendurado por um fio. As aberrações da Mão ainda estavam atrás dos Jungs, e tínhamos que nos mover rápido. Só há uma maneira de sair do Mire para o Weird e é através da Louisiana. Tivemos que subornar o Guarda de Fronteira. Levou tudo que eu tinha e todo o dinheiro que os Jungs tinham. Acabou com o nosso dinheiro, mas tiramos você e esse jovem de lá, porque ele não confiou apenas em mim. É melhor eu ser reembolsado por isso. Estamos na Louisiana agora, no interior, em uma das casas seguras do Espelho.

Zeke estendeu a mão para a mesa e ergueu um papel pautado.

— Aqui. Ele escreveu um bilhete para você.

Namjoon apertou o papel na mão, concentrando-se nele com toda a sua vontade. Os pequenos rabiscos se solidificaram em palavras.


Série Na Borda - Livro 2 - Lua do PântanoOnde histórias criam vida. Descubra agora