Ruh se inclinou para frente, lançando sua teia no riacho. Aranha viu os finos tentáculos carmim, que revestiam os vasos sanguíneos da rede de Ruh, tremerem na água escura. Um longo momento se passou e então a rede se fechou sobre si mesma, dobrando, recuando e deslizando de volta para o ombro do Rastreador.
— Eles passaram por aqui. — A voz áspera, mas sibilante de Ruh fez Aranha se lembrar do som de cascalho sendo varrido na terra. — O sangue de Lavern está na água. Mas eles se foram. Posso sentir dois rastros dos fluidos corporais do Caçador, um rastro mais antigo do que o outro. Então eles passaram por aqui e voltaram mais tarde por esse mesmo caminho.
Aranha olhou para cima, para onde uma pequena casa estava empoleirada sobre palafitas, estendendo-se por um cais desgastado até um lago com ciprestes.
— Eles vieram aqui, permaneceram por algum motivo e partiram, levando o corpo de Lavern com eles.
— Também encontrei aquele vestígio estranho, igual ao do rio. É sangue, mas tem gosto diferente de sangue humano.
Aranha apoiou o cotovelo no joelho e se inclinou, apoiando o queixo nos dedos.
O sangue diferente era interessante.
— Um ferido. Eles tinham um ferido com eles, e o deixaram aqui.
— Sim, meu senhor.
— Por que o deixariam aqui? Por que não resolveram levá-lo para a casa Jung, atrás das Proteções? — Aranha bateu em sua bochecha com o dedo. — Quanto tempo resta para o corpo de Lavern?
— Vinte e dois minutos. Embora eu possa estar enganado e ser vinte e três.
Aranha sorriu.
— Você nunca se engana, Ruh. Vamos esperar então e descobrir se estamos certos.
Ele tocou as rédeas e o rolpie obedientemente puxou o pequeno barco sob a cobertura de uma árvore curvada sobre a água.
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Hoseok desceu a pequena escada escondida na parte de trás da cozinha. Os degraus de madeira, gastos por quatro gerações de pés, rangeram e cederam sob seu peso. Eles teriam que ser consertados logo. Claro, a manutenção da escada manteria tia Petúnia longe do laboratório, e Hoseok não era suicida o suficiente para se tornar o objeto da ira de sua tia. E seria a IRA. Sem dúvida, tia Pete não fazia nada pela metade.
Hoseok estava muito cansado, sentia suas pernas terrivelmente pesadas. Precisava fazer isso e então subiria, tomaria um banho e desabaria em sua cama por algumas horas. Ele não conseguia se lembrar da última vez que comeu.
A escada terminava em uma porta grossa de metal, encaixada tão perfeitamente na parede que nenhuma luz escapava por suas bordas.
Hoseok bateu com os nós dos dedos no metal.
A porta se abriu, revelando o quarto de segurança. Tio Jean o construiu para a tia Pete seguindo as instruções de construção para um abrigo anti radioativo, e se parecia com um, paredes de concreto e luz forte derramando-se dos cones de lâmpadas elétricas no teto. Hoseok nunca conseguiu descobrir como ele projetou manter a água fora, mas o quarto de segurança nunca inundou. Caso o quarto fosse contaminado, bastava puxar uma corrente pendurada na parede oposta, e uma caixa d'água derramaria e encharcaria tudo no quarto com água tratada com magia, neutralizando o problema. A solução neutralizante então era drenada para uma cisterna fora da casa.
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Série Na Borda - Livro 2 - Lua do Pântano
FanfictionSérie: Na Borda Livro: 02 O Edge fica entre mundos, na fronteira entre o Broken, onde as pessoas fazem compras no Wal-mart e a magia faz parte só dos contos de fadas, e o Weird, onde os nobres Sangue azuis governam, os metamorfos vagam, e a força de...