Hoseok sentou-se muito cansado em uma cadeira, dolorosamente ciente de Namjoon parado ao lado dele como uma sombra escura. Ele não parecia querer nada, só ficou lá... de guarda sobre Hoseok. Era uma besteira, Hoseok estava na casa de sua família, mas por alguma estranha razão a presença dele o fez se sentir melhor.
Em frente a ele, Jang Uk encostou-se na parede, observando Namjoon com olhos penetrantes. O resto da família ziguezagueava pela casa. Para lá e para cá. Hoseok não prestou muita atenção a eles.
— Você é um homem forte, Namjoon? — Jang Uk perguntou.
— Tão forte quanto preciso ser — respondeu Namjoon.
O rosto de Jang Uk mostrava muito pouco, mas ele lia suas expressões desde que eram crianças e encontrou preocupação na curva de sua boca. Algo em Namjoon perturbava profundamente seu primo. A porta se abriu e Ignata saiu, enxugando as mãos com uma toalha. Hoseok levantou-se da cadeira.
— Mikita têm duas costelas quebradas — anunciou Ignata.
— E quanto à tia Pete? — Erian perguntou.
Ignata endireitou os ombros e Hoseok sabia que era ruim.
— Mamãe perdeu o olho esquerdo.
As palavras socaram Hoseok. Ele balançou para trás. Deveria ter jogado o maldito corpo no rio. Primeiro Urow, agora Mikita e tia Pete. Urow e Mikita se recuperariam, mas olhos não voltavam a crescer. Ele conseguiu desfigurar sua tia para o resto da vida. Ignata puxou a toalha, torcendo-a.
— Ainda não estamos fora de perigo. O cadáver estava cheio de minúsculos vermes. Quando o corpo explodiu, os dois foram inundados com fragmentos de ossos e tecido em decomposição. Os vermes estão circulando na corrente sanguínea deles. Até agora, os vermes parecem inativos, mas não sei se esse quadro vai persistir.
— Vermes transparentes? — Namjoon tinha uma expressão de intensa concentração no rosto, como se tentasse se lembrar de algo.
— Sim — disse Ignata.
— Os parasitas serão ativados somente se a temperatura do corpo cair abaixo de 32 graus Celsius. Você sabe como tratar malária?
Ignata assentiu.
— Temos cloroquina.
— O que é isso?
— É um tipo de fármaco que as pessoas do Broken usam para tratar a malária.
— Dê a eles — disse Namjoon.
Ignata franziu os lábios. O olhar dela encontrou o de Hoseok.
— Faça isso — disse Hoseok.
Ignata se virou e voltou para a sala. Hoseok olhou para Namjoon.
— Você sabia que o corpo iria explodir?
— Não.
— Mas sabe sobre os vermes?
Namjoon concordou.
— Às vezes, a Mão faz isso para evitar que os corpos alterados sejam examinados por seus inimigos.
— Por que não me avisou?
— Minha memória não funciona assim. Se você tivesse me perguntado especificamente sobre os vermes ou se a Mão já tinha infectado seus inimigos com parasitas, eu poderia responder.
Não era assim que as memórias normais funcionavam. Namjoon tinha feito algo a si mesmo, Hoseok tinha certeza disso agora. Ele foi aprimorado de alguma forma, assim como as aberrações da Mão. Ou ele era um deles ou modificou o próprio corpo em nome da vingança.
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Série Na Borda - Livro 2 - Lua do Pântano
FanfictionSérie: Na Borda Livro: 02 O Edge fica entre mundos, na fronteira entre o Broken, onde as pessoas fazem compras no Wal-mart e a magia faz parte só dos contos de fadas, e o Weird, onde os nobres Sangue azuis governam, os metamorfos vagam, e a força de...