Ou... talvez não

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Marília.

Ela só podia estar brincando.

— O que está fazendo?

Maraisa abriu os olhos devagar. Estávamos sentadas lado a lado em poltronas enormes, enquanto duas mulheres massageavam nossos pés.

— Quê?

— Parece que vai começar a gemer a qualquer momento.

Os olhos dela estavam semicerrados, brilhantes. Ela se inclinou para cochichar:

— Honestamente, eu seria capaz de... você sabe... só com uma massagem no pé. Não tem nada de que eu goste mais para relaxar.

Jesus Cristo. Olhei para os pés dela. Nunca chupei o dedão de uma mulher, embora não me opusesse à prática. Só não tive a oportunidade certa. Mas, neste momento, tinha certeza de que perdia algo muito importante. Se uma mulher gostava tanto de uma massagem no pé, eu podia ter sido negligente. Precisava reparar essa merda imediatamente, e sabia bem por onde começar. Fiquei imaginando o que as duas massagistas fariam se eu empurrasse uma delas e substituisse suas mãos pela minha boca.

Maraisa fechou os olhos e voltou para seu paraíso particular. Eu a observei por um longo momento, depois me inclinei para sussurrar em seu ouvido.

— Se esse é seu jeito favorito de relaxar, aquele embuste fez um favor quando rompeu o namoro com você. Consigo pensar em algumas coisinhas que te deixariam mole.

Ela riu. Mas eu não estava brincando. E tinha um impulso muito forte de demonstrar a ela. Tentei relaxar e curtir o resto da massagem, mas era tarde demais. Os trinta minutos seguintes se resumiram, basicamente, a fantasiar todas as coisas que eu poderia fazer com a mulher sentada ao meu lado, coisas que a fariam pensar que uma massagem nos pés era brincadeira de criança. Bem, também pensei em todos os repugnantes pés com fungos que a mulher tinha massageado, antes de tocar nos meus. Eu precisava de algo que me ajudasse a impedir a ereção que me ameaçava constantemente.

Depois da massagem, fomos almoçar em um restaurante oriental ao lado. O telefone de Maraisa começou a vibrar quando estávamos olhando o cardápio.

— É minha mãe. Com licença.

Ela não saiu da mesa, e eu ouvi um lado da conversa.

Oi, mãe.

Pausa.

— Sim, acho ótimo. Eu levo a sobremesa.

Pausa.

Jantamos juntas faz pouco tempo. Ela falou alguma coisa sobre passar o fim de semana na casa da irmã. Mas eu pergunto assim mesmo.

Mais uma pausa. Desta vez, ela olhou para mim.

Hum. Duvido. Mas posso perguntar.

Ela falou por mais alguns minutos, depois desligou.

— Tudo bem? — perguntei.

Maraisa suspirou.

— Sim. Minha mãe não consegue se controlar. Ela vai organizar um pequeno grupo de degustação de vinho com as primeiras garrafas da safra no próximo fim de semana. Ela me pediu para convidar a Maiara, minha melhor amiga, e você também. Depois que fareja uma solteira viável para a filha, ela é como um pit bull. Se estiver ocupada, eu digo a ela.

— Por quê? Meus únicos planos para o fim de semana são trabalhar.

— Seria... não sei... esquisito você ir.

— Nada é mais esquisito que ficar sentada do seu lado vendo uma asiática de um metro e meio de altura quase te levar ao orgasmo.

Ela riu.

Irresistível | G!POnde histórias criam vida. Descubra agora