Agora nós duas vamos ficar

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Reta final da fanfic.

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Maraisa.

Abri os olhos por causa da agitação. As pálpebras pesavam. Assim como os braços e as pernas.

O alarme que ouvia bem longe começou a apitar mais alto. Uma mulher de azul se aproximou, parou do meu lado e fez alguma coisa, e o som irritante sumiu. Ela falou algo, mas ouvi a voz abafada, como se eu estivesse embaixo d'água e ela, não.

— Ela precisa descansar. Se vão incomodá-la, vou chamar a segurança e pedir para colocarem os dois para fora.

Ouvi uma voz de homem e uma feminina resmungar alguma coisa, ou era mais de duas eu não conseguia ter certeza. Se eu conseguisse bater os pés só um pouquinho, provavelmente voltaria à superficie e ouviria melhor. Tentei bater os pés, mas não consegui dar impulso. A mulher de azul tocou minhas pernas e conteve o pequeno movimento que eu tinha feito com tanto esforço.

— Shh. Descanse, Srta. Maraisa. Não deixe esses dois te perturbarem. Deus deu a esta enfermeira uma boca e muito reforço para botar visitantes para fora, quando é necessário.

Enfermeira. Ela era enfermeira.

Tentei falar, mas minha boca estava coberta. Levantei o braço para pegar o que a bloqueava, mas não consegui afastá-lo e elevá-lo mais que dois ou três centímetros. A enfermeira aproximou o rosto do meu.

Seu cabelo era preto e encaracolado, os olhos eram cor de chocolate e, quando ela sorriu, vi que tinha batom em seus dentes da frente.

— Você está no hospital. — Ela afagou meu cabelo. — Essa máscara cobrindo sua boca é para facilitar a respiração, e está sonolenta por causa dos medicamentos. Entende?

Assenti levemente.

Ela mostrou os dentes de novo, e olhei para o batom. Alguém devia avisar.

— Você tem visitas, Srta. Maraisa. Seus pais e dois amigos. Eles estão lá fora, na sala de espera. Quer que eu diga a mulher e ao homem que você precisa descansar?

Desviei o olhar para o outro lado da cama e vi dois rostos.

Marília?

Hugo?

Olhei para a mulher e balancei a cabeça.

— E se eles entrarem um de cada vez?

Concordei com um breve movimento de cabeça.

Ela falou com Marília a Hugo, depois comigo de novo.

— Quer que Hugo fique agora?

Movi os olhos para ver o rosto dele, depois olhei para a enfermeira e neguei com a cabeça.

Ela sorriu.

— Que bom. Porque a outra parecia disposta a arrancar minha cabeça se eu a obrigasse a sair.

Um minuto depois, Marília estava ao meu lado, ocupando o lugar onde antes estava o rosto da enfermeira. Ela segurou minha mão; senti os dedos quentes apertando os meus.

— Oi. — Ela beijou minha testa. Olhei nos olhos dela. — Minha garota linda. Está sentindo alguma dor?

Dor? Eu achava que não. Não sentia nem os dedos dos pés. Balancei a cabeça.

— Falei com sua mãe. Ela disse que você vai ficar bem. Lembra do acidente?

Balancei a cabeça.

— Você sofreu um acidente com o carro. Houve uma tempestade, chovia muito, e você derrapou na água acumulada na pista da rampa de acesso para uma avenida.

Irresistível | G!POnde histórias criam vida. Descubra agora