Estávamos no verão, no final do mês de Agosto. Contando oito dias para o mês acabar, 2018 parecia ser um ótimo ano sem muito frio e o leve toque de ar puro preenchendo os pulmões enfraquecidos pelo cansaço, sem dizer a pouca chuva que chegava para dificultar os trabalhos exercidos pelas irmãs.
Hoje, algumas irmãs limpavam os jardins, recolhendo cada folhagem e gravetos das pequenas árvores plantadas a muitos anos atrás no convento. Cortando também a grama que crescia sobre o chão sem ajuda de materiais adequados. E graças a deus, existia muito esforço de todos os lados.
O sol estava requentado, isso queria dizer que até a noite pararia de chover.
Ainda em temperatura não tão agradável mais adaptável, trabalhávamos em conjunto as outras irmãs.
Termino tão rápido que antes das dez eu já havia começado a recolher as folhas sobre o chão para levá-las ao outro lado da irmandade podendo assim descarta-las. Usando-as como fertilizante natural, porquê logo se juntariam ao solo. Usávamos cestas, facilitando muito o trabalho gastando menos tempo que conseguíamos.
- Antes das duas terminaremos. – Benedita deposita mais folhas no cesto apoiado ao chão, voltando a recolher mais folhas e galhos que conseguia segurar em seus pequenos dedos. – Consigo mais tempo para lavar os pratos do café. – Ela para, descansando por segundos aproveitando o momento para secar o suor em seu rosto sobre o tecido do hábito.
Hoje acordamos mais cedo do que o normal, não existia a claridade do sol e o café já estava pronto, então depois comermos fomos direto ao trabalho.
- Hoje tem ensinamento ?. – Ela concorda positivamente. Sei que Benedita não gostava dos ensinamentos instruídos pelas madres , já que as mais novas passavam horas lendo a Bíblia. Mas Bene sempre se dedicava tentando entender o que era passado a ela.
- Sabe... – Vejo o receio em sua voz, quando mais uma vez ela segura algumas folhas em sua mão. – Talvez eu possa faltar na limpeza da igreja. - Estreito os olhos, comprimindo os lábios, sabendo o porque da sua sugestão. – Só hoje.
- Está aprontando alguma coisa Benedita?. – Na esperança de que ele se entregue, ou diga o que vai fazer, tento receber da sua boca uma resposta. Mas, ela nega. – Eu espero que não esteja mentindo. - Não precisaria de Benedita na limpeza da igreja, teríamos bastante ajuda. Então afirmo, a livrando dessa tarefa.
- Obrigada. – Sorridente ela volta trabalhar, enquanto eu descartava toda sujeira, Bene varria e dividia em pequenas montes facilitando na hora de recolher.
***
Observei Benedita correr em direção a saída do nosso quarto as duas da tarde, alegando que já estava na hora do seus aprendizados, e assim que terminasse de aprender os ensinamentos religiosos passados pelas madres voltaria para me ajudar no que eu precisasse.
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𝗔 𝗙𝗿𝗲𝗶𝗿𝗮
RandomA história distorcida entre o passado, presente e futuro fez com que vidas distintas se encontrassem.