𝕼𝖚𝖎𝖓𝖙𝖆𝖑

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O sábado havia chegado

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O sábado havia chegado. Estávamos reunidas no quintal de celestia enquanto ela acendia a churrasqueira com a ajuda de um velho maçarico.

O almoço seria minha responsabilidade hoje, porque Celestia não precisou insistir, só me lembrou que estava com o pulso doendo. De tanto lavar milhares de roupas a semana inteira. Mais uma boa desculpa para que eu cozinhasse esse final de semana.

Fiz meu melhor macarrão com molho branco por suas exigências. Nunca reclamei por fazer o que Celestia queria. Afinal eu gostava de agradecer sempre que podia, por tudo quem tem feito a Benedita e a mim, mesmo que isso significasse gastar horas em frente a um fogão.

Terminava de temperar a picanha em uma vasilha refratária. Adicionei todos os temperos que achei na geladeira. Geladeira enorme por sinal.

Na irmandade tínhamos uma geladeira simples, que servia para guardar os produtos que preparamos na própria irmandade, principalmente o colhíamos das nossas hortas.

Uma das muitas coisas que sempre me impressionou desde que cheguei aqui, era que comiamos bastante. E não faltava, Já que em muitas das vezes não tínhamos o que comer na irmandade, também nunca consegui reclamar. Sempre agradeci por ter um prato de comida na mesa. Era pouco mas era suficiente.

- Surgiu um trabalho para você amanhã. - Escuto a voz de celestia. Enquanto me empenho em pegar os pratos na parte de cima do armário. Ela segurava um maçarico em mãos.

- Finalmente conseguiu acender? - Observo.

- Um carvão velho não é páreo para a mama aqui.

Faço esforço para não deixar os pratos cair. Enquanto os carrego em direção à mesa rindo das palavras de Celestia.

- Sabe que eu amo quando essas palavras saem da sua boca. - Refiro-me ao emprego, enquanto busco os copos. - Pode ficar com Benedita amanhã?

- Sabe que não precisa perguntar. - Celestia deposita a travessa com carne para assar em minhas mãos. - Pode levar ao quintal, sim ?

A minha expressão fácil se torna divertida. Claro que existiria um pedido por trás de cada favor.

- Sim Celestia, eu vou assar a carne para você.

- Eu não pedi. - Ela eleva sua mão até o peito de maneira dramática. - Obrigada querida, você e um anjo.

Quase todos os Sábados nos reunimos para almoçar em sua casa, e sempre que venho sou totalmente responsável pelo que comemos, Uma das vantagens é que consigo beliscar tudo que preparo.

Benedita estava na sala com aurora. As duas jogavam vídeo game sempre que achavam uma oportunidade.

Não nos falamos está manhã. Ela parecia chateada quando acordou, o que foi percebido pela anfitriã da casa. Quando chegamos, Bene se sentou no sofá e não saiu de lá para nada.

Tentei conversar com ela está manhã. Três vezes. Em todas fui ignorada.

Fui acompanhada até o quintal. Retiro a tampa da vasilha, liberando o cheiro de tempero e carne crua.
- Do que seria ? - Esqueci de perguntar sobre o emprego. Aproveitei que estavamos indo ao quintal para fazê-la.

- Andreia disse que a propriedade precisaria de novas diaristas pelos próximos dias. Ela não disse o que exatamente vocês vão fazer quando chegar lá, só que precisam de pessoas para ajudar no que puder. Trinta e cinco dólares por hora.

O valor da proposta surgiu como uma luva e coube perfeitamente em minhas mãos. Como hoje não fui trabalhar em nenhuma faxina, amanhã eu conseguiria trabalhar pelo dia perdido.

- Vai ser ótimo. - Pensando bem, será muito mais do que recebo em um mês na loja.

- Irei avisar Andreia, assim você pode ir junto com ela amanhã.

Andreia era uma espécie de porta para novos empregos. Sempre dava um jeito de conseguir mais um trabalho no final de semana, assim sempre tínhamos um lucro a mais.

Os estalos que a carne produziam ao tocar a grade quente da churrasqueira ecoou até os meus ouvidos. O ambiente foi tomado pelo aroma da carne sendo grelhada, avistei a gordura escorrer pelas falhas da churrasqueira criando alguns pequenos focos de chamas de tom avermelhado.

- Obrigada - Agradeço Celestia assim que ela me entrega um copo de suco.

- Eu amo essa sensação. - Escuto a mulher que suspira ao meu lado, parecia cansada. - A família reunida no fundo de casa. - Talvez ela lembre de seu passado, onde convivia com o ex marido.

- Eu nunca tive essa sensação. - Digo enquanto viro um pedaço de carne para não queimar e bebo um pouco do meu suco com a ajuda da outra mão. - Mas na irmandade era confortável, era muita gente. Não sei explicar como, mas sempre amei aquele lugar.

- Porque não conversa com ela. - Vejo apontar o
Com a cabeça em direção onde Benedita estava.
Sorri com um sorriso tímido. Celestia sabia o motivo por trás do mau humor de Benedita. - Deixa, eu termino isso. - Sua mão toca a minha, retirando de minha posse o enorme garfo - Ela deve estar com fome. - Vejo ela colocar um pedaço já assado da carne no prato.

Agradeço assim que seguro o prato, Deixo Celestia sozinha no quintal, para que ela termine de assar a carne.

As meninas ainda estavam na sala. Cada uma segurava um controle. Seus corpos se moviam no ritmo em que tocavam os botões, empolgadas com o jogo.

Seus dedos ágeis deslizam pelos botões do controle remoto, um jogo de corrida aparece na televisão, elas estavam tão entretidas em se ultrapassarem como duas rivais que não prestaram atenção quando me aproximei.

- Fiz carne assada. - Ofereço a Benedita o prato que está em minha mão, que ela logo segura sem pensar em recusar. - O que estão jogando?

- Rock & Roll Racing. -Diz de boca cheia. - Isso está tão bom. - Saboreia de maneira exagerada.

- Benedita escolheu. Por isso que a qualidade é horrível. - Aurora sempre se defendia quando Benedita escolhia algum jogo. - Quer jogar ? - Oferece o controle. Eu nego, nunca joguei e não gostava.

- Gosto de ver vocês jogar. Apenas.

- Obrigada. - E a primeira palavra que solta me mencionando diretamente. Senti um certo alívio por isso. - Vou pegar mais. - Murmura antes de se levantar. Ela deposita um beijo em minha bochecha, correndo para o quintal.

- Ela ama você. - Aurora parece interpretar meus pensamentos. - Só estava chateada. É uma adolescente, e normal que fique assim. - Observo ela desligar a televisão e guardar os dois controles. - Vamos comer. Céus estou faminta.

- Quando você não está faminta aurora ?

- Estou em fase de crescimento. - Sua justificativa e absurda, aurora já estava prestes a completar 23 anos. - Se continuar ai vai lavar os pratos.

Diante a sua ameaça, começo ir atrás dela. Aurora sempre fugia quando significava que teria que lavar os pratos depois do almoço. E no final ou eu lavava ou sua mãe.

- Volte aqui Aurora!







💎 Fui obrigada a dividir o capítulo em duas partes.
💎 Nos meus cálculos não passaria de 1800 palavras, porém passou de 2300.
💎 Como não quis deixar um capítulo tão grande, dividi para que pudessem ler de maneira mais tranquila
💎 Desde já, peço desculpas pelos erros. Estou dando o meu máximo para entregar algo legal a voces.

BOM DIA, BOA TARDE, BOA NOITE, BOA MADRUGADA.

𝗔 𝗙𝗿𝗲𝗶𝗿𝗮  Onde histórias criam vida. Descubra agora