Capitulo 29

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Sanches

Desço o protetor de sol da McLaren, dirigindo pelas ruas da Vila Cruzeiro, olhando a movimentação mais calma que o Jacaré. Giro o volante na rua de cima, vendo um monte de mulher só de biquíni em cima de uma laje, reduzo a velocidade na rua estreita, ouvindo o grito delas. Abaixo o vidro, olhando lá pra cima, vendo a loirinha falando comigo, mas eu não escuto direito.

Laiza: Sanches! - me inclino no banco, colocando a cabeça pra fora, vendo ela se aproximar - Tá indo pra casa da sua mãe? Saí de lá agora.

Eu: Vou agora, tá fazendo o que aqui? - ela puxa a fitinha e eu vejo a marquinha bem clara na pele dela - Quanto que você tá cobrando a diária? - ela franze o rosto e eu pego a carteira - Minha mãe disse que você fez faxina a semana toda, tô querendo saber o valor.

Laiza: Entendi errado, o coração até errou as batidas - eu dou risada, vendo ela colocar a mão no peito - Depende, mas como a casa é grande, eu tava pedindo 200 reais a diária - coloco a carteira na coxa, contando as notas - Eu acho que dá 1000 reais, sua mãe tava querendo me dar 50 reais no dia, mas é pouco demais.

Eu: Vou te dar 2 mil pra pagar essa semana e a próxima, tá bom ou não? - ela confirma e eu entrego o bolinho de dinheiro na mão dela, vendo a felicidade dela - Só 2 mil, loira, tá pouco ainda.

Laiza: Meu amor, eu mal consigo ganhar 500 reais no mês e tu acha muito eu ficar feliz com 2 mil? - eu passo a mão no queixo, soltando o ar da risada - Minha vida tá imitando a arte, todo dia acordo cedo, moro longe do emprego, quando chego do serviço, quero meu sofá.

Eu: Vou pagar o mês inteiro então, era melhor você me passar a sua conta e todo mês pingava, porque eu não tenho como tá vindo aqui sempre - tiro mais dinheiro da carteira, vendo ela pulando na janela - Passa o pix e eu te pago, agora vai lá - aponto pra cima e ela me olhando sorrindo, mostrando o piercing no lábio.

Laiza: Se eu pudesse agradecer de outro jeito, eu faria, mas a concorrência é grande - eu dou risada, subindo o óculos no rosto - A mulher do seu irmão tava ficando lá com a sua mãe, dona Jane fala dela que só o caralho, mas não larga ela.

Eu: Ela é foda, tava aí e nem pergunta pela filha, né? - seguro no volante, olhando pra frente e volto minha atenção pra loira, que puxa o cantinho da boca - Vou lá, depois você me passa o bagulho lá e se tiver precisando de mais dinheiro, tu me avisa, tem problema não - ela estreita os olhos, dando risada e eu acelero sem sair do lugar - Vai lá que o sol já tá saindo.

Desligo o carro na rua da casa da minha mãe, ouvindo o som na casa do vizinho. Levanto a porta da McLaren, vendo os moleque dentro de uma caixa d'água, dançando a música antiga que toca na esquina.

Lucas: Tio San, quanto tempo! - eu levanto a mão, vendo ele só de cueca, dançando dentro da caixa d'água - Vem tomar banho, tio, tá um calor do caralho - eu dou risada, descendo a porta - Depois eu quero tirar uma foto nesse carro, mas tem que ser com as suas nega dentro.

Eu dou risada, vendo mais ou menos 7 moleques dentro de uma caixa d'água grande, ainda é cedo, mas tá um calor do caralho. Olho cada lado, esperando uma moto passar e vou pro outro lado, chegando perto deles, tirando a carteira do bolso, porque eu não consigo guardar dinheiro nessa porra.

Lucas: Sempre deixando forte, papo reto, vou ser teu funcionário ainda - eu tiro o dinheiro da carteira, olhando os 7 tudo esperando um movimento meu - Dinheiro não é o que eu preciso não, tio San, eu só quero uma noite do seu lado, desfrutando das melhores coisas do RJ, me adota.

Robert: Muito mendigo, papo reto, deixa o tio fazer o que ele quer - eu dou risada, olhando os moleque de meio metro se empurrando - Fala aí, tio San, qual vai ser do bagulho?

Por uma BucetaOnde histórias criam vida. Descubra agora