O Prelúdio Da Guerra

Cap.2 - Família contra Família

Alguns dias após a partida de Hello e seus dois filhos de Ilha Colina até Maré, sua mãe, Elaine Storm, aguardava de pé no Porto Salmão. O dia estava agradável, sol leve, sem muitas nuvens, o mar estava calmo e os ventos tranquilos. O Porto Salmão é pequeno, com umas vinte casas apenas que terminavam em um caminho de pedras até a Vila Pinça, a caminho do reino Maré. O principal comércio da vila são os salmões-barriga-branca, encontrados somente na Rota Pesqueira, um estreito que separa a Ilha Salmão do continente. Esses peixes são duas vezes maiores do que os Salmão-Vermelho. Não demorou muito até uma pequena balsa partir do navio até o porto, indo de encontro com Elaine. Hello usava um vestido branco com o símbolo de uma asa branca em um fundo negro no peito, símbolo da casa Wyrm. Em seu colo, a filha de apenas 3 semanas, Bella Wyrm e ao seu lado, seu filho mais velho de 2 anos, Morgan Wyrm.

— Mamãe. — Hello abraçou a senhora Elaine. — É ótimo ver você.

— É bom ver você também minha filha e meus netinhos! — Elaine pegou a pequena Bella no colo e a balançou gentilmente.

— É bom ver você também irmã. — Logo atrás de Elaine, suas duas irmãs a aguardavam sentadas. Elly Storm de 26 anos, longos cabelos negros, pele branca e olhos verdes, ao seu lado, Missary Storm, a mais nova das irmãs com 17 anos.

— Eu não esperava vê-las por aqui, principalmente você Elly, nunca se quer pisou fora de Maré.

— A gente muda com o tempo. Vamos voltar? Esse porto fede a bacalhau podre. — Elly virou-se de costas e caminhou até sua carruagem, era grande, formato abóboda, lindos ornamentos de âncoras com um mar agitado no fundo, símbolo da casa Storm. Missary a acompanhou, era uma cópia perfeita de arrogância. Elly era conhecida no Maré por maltratar seus criados.

O castelo Maré faz parte do Quinteto de ilhas banhados pelo Oceano Azul. Não é uma fortaleza muito grande, mas é quase impossível de ser invadida. Localizada em uma massa de terra flutuando ao mar, ele se construiu em um morro, esculpido em formato de castelo. Abaixo dele, foram construídos túneis subterrâneos, alguns desabaram durante a construção com o peso da água. O único que possui acesso aos túneis é o rei Toros Storm e alguns guardas. Ao chegarem no castelo, os portões das pontes se abrem dando passagem para a comitiva Wyrm. Criados acendem as lareiras, cerca de oito lareiras percorrem o grande salão do castelo. Hello caminhou por eles, lembrava de sua infância e como seu pai era rígido com a ideia de ela explorar os tuneis subterrâneos. As outras irmãs não se importavam com os túneis, são apenas passagens úmidas e apertadas no fundo de uma fortaleza afinal. A irmã do meio se sentou em uma poltrona próximo da lareira mais ao fundo do salão, sua irmã mais velha a acompanhou.

— Me diga Hello, como é a vida em Ilha Colina?

— Com certeza não era nada do que eu imaginava, achei que ficaria presa em uma enorme construção de novo, mas não fiquei, Pequena Colina é maior do que Maré, temos uma pequena cidade vivendo dentro dos portões e existem vilarejos pela ilha. — Hello refletiu seu início. Ela odiou secretamente seu pai e seu futuro marido, Rolly Wyrm, mas a convivência a fez amá-lo. Rolly é gentil, só estava cumprindo as ordens do pai, assim como ela.

— Iremos com você para Pequena Colina, precisamos sair um pouco desse pedaço de mundo esquecido pelos Bons-Senhores. — Elly logo em seguida gritou por um vinho.

— Claro, meu marido e eu ficaremos felizes em recebê-las em nossa casa.

Enquanto as irmãs desfrutavam de seu reencontro, alguns metros abaixo de seus pés, localizavam-se túneis subterrâneos, diferente do que muitos dizem, os túneis eram bem construídos. O piso era de pedra, as paredes de tijolos e o gotejava em lagrimas salgadas. Os corredores eram trilhados em tochas de uma ponta a outra, é um verdadeiro labirinto, mas o que realmente existia nesses corredores são celas, grandes e pequenas. Não abrigavam apenas criminosos, mas 90% são mulheres, capturadas de lugares longínquos.