Cap.3 - De volta para Casa

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Enquanto isso em Mata Dentada, próximo a Pedramalha, Saimon estava amarrado pelos pulsos, uma corda em seu pescoço ia até o pescoço de Adriana que também se encontrava amarrada. Uma fileira de homens e mulheres selvagens caminhavam por quilômetros, ainda em Mata Dentada. A comitiva selvagem serpenteia o rio verde. Desciam para o Lago Anel. O céu estava nublado e uma brisa fria arrepiava os pelos de Saimon. A frente de todos, estava Shethory, seus longos cabelos negros eram muito visíveis naquele clima frio.

— Para onde estão nos levando? — Perguntou Saimon para Adriana que vinha logo atrás.

— Acredito que pretendem ir a Vila Chorosa.

— Como você sabe.

— Ouvi dois deles conversando mais cedo, mas eles têm medo e eu entendo.

— A Vila Chorosa, é onde pessoas procuram itens obscuros, correto? O que querem fazer lá?

— Eu não sei, parei de perguntar já tem um tempo. — Nesse momento um dos selvagens a golpeia com um pedaço de vara fina. O mesmo que a arrancou um dente.

— Calem a boca cães!

Shethory parou a comitiva. Todos pararam para armar um acampamento. Saimon e Adriana foram colocados no chão e amarradas juntos a uma árvore. Fogueiras foram acessas, alguns despejavam seus animais mortos para despelar e outros produziam machados e porretes.
O líder da tribo entrou em uma cabana de couro animal improvisada, colocaram um enorme cepo de madeira redonda de uma árvore qualquer no centro. A volta do cepo se juntou diversos selvagens, homens e mulheres.

— O que faremos Shethory? — Perguntou uma mulher.

— Iremos ao Sul, para o extremo sul.

— Não conseguiremos ir tão longe. Atacamos diversas vilas, estão atrás de nós. —Comentou um alto, magro de cabelos negros. Shethory ignorou.

— Temos um cavaleiro e uma nobre conosco. Vamos trocá-la por cavalos e aí todos conseguirão fugir com mais pressa.

— Trocaremos com quem? — Perguntou uma mulher baixinha, em suas costas, carregava um arco.

— Ela deve ter vindo do Lago Anel. É uma nobre da região, com toda certeza. Vamos nos dividir, Bastiel levará o cavaleiro para o rei dele em Pedramalha e eu levarei a menina para o Lago Anel.

Todos concordaram. Bastiel era violento, ele arrancou um dos dentes de Adriana e os chicoteou sempre que pôde. Mais uma vez, a tribo Dentes levanta acampamento. Saimon e Adriana são separados. O selvagem que arrastava Saimon amarrado em um cavalo passou bem próximo de Adriana.

— Não terei a honra de deflorar essa florzinha aí. — Disse o homem, sorrindo, dentes tão negros quanto um pedaço de carvão. Ela o olha com ódio. O soldado foi levado para o Oeste enquanto Adriana continuou sendo levada para o Sul.

O grupo que partiu para oeste não teve a mesma sorte quanto o outro grupo. A caminho de Pedramalha, a comitiva onde Saimon era refém, foi emboscada por soldados trajados de dourados com o símbolo do cálice e da pena dos Zera. Soldados a cavalo e lanceiros massacraram os selvagens Dentes. Alguns soldados Zera morreram, mas não chegaram nem perto de perder. Lanças foram cravadas no peito dos homens que resistiram e espadas decapitaram a todos que resolveram lutar a campo aberto. Bastiel se viu cercado de cavaleiros. Não tinha para onde fugir e seu único escudo era o soldado Saimon.

— Abaixe sua adaga! — Disse um dos cavaleiros Zera. Bastiel pegou o soldado loiro por trás e pôs sua lâmina sobre a pele de seu pescoço.

— Se vierem para cima, eu corto a garganta dele!!! — Gritou o homem, enfurecido e, ao mesmo tempo, com medo de morrer.

O Prelúdio Da GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora