O som da carruagem e de trotes calmos acordaram o rei de Corrente. Kaleb Zera despertou em almofadas e sendo acariciado por sua esposa Bell. Ela acariciava os cabelos ondulados castanhos de seu marido. Seu sorriso gentil surgiu por meio de seus cabelos loiros e desejou bom dia. O dia estava claro, não havia muito vento, passavam por um campo de plantão, as colinas verdes se entendiam até o horizonte.
- Bell? Onde estamos? - Kaleb se sentou, estava em uma carruagem real, levantou sua cabeça do colo da mulher e foi diretamente para a janela.
- Calma, estamos bem, estamos a caminho de casa. - Respondeu. - Gayus nos salvou do ataque.
- Espera, que ataque? - Ao olhar para frente, encontra seu conselheiro sentado, olhando para ele. - Gayus, o que aconteceu?
- Fomos emboscados pelos Runner, do Bosque... - Antes que pudesse terminar de falar, Kaleb o interrompeu.
- Não! Eu pergunto o que aconteceu comigo e com Bell? Por que não lembramos de nada?
- Eu não sei majestade. Apenas que cheguei em suas barracas e os encontrei dormindo. - Gayus abriu um pouco a cortina da carruagem.- Mais um dia até Corrente. Descanse, vai precisar de forçar a partir de agora.
Enquanto isso, o mesmo calor que os Rios recebiam, a cidade de Venes também recebia, só que um pouco mais quente. A região sul de Kirosses, era conhecida por seu deserto, além de Venes. O Vale dos Ossos ajuda na falta de chuva, já que as nuvens vindas do Oeste não chegam até a ponta do desfiladeiro. Mas, focamos nossa atenção na cidade, a "Cidade mais rica do mundo". E de fato ela era, seu comércio ultrapassa a Capital de Persaria e as outras nove cidades costeiras. O comércio de bebidas e mão de obra são os mais lucrativos para o Patrão Timothy. Com um Porto exclusivamente para a cidade, consegue exportar suas iguarias para outros cantos do mundo. Possuem até mesmo suas próprias moedas, sendo elas os Drakma de Bronze e Drakma de Ouro. Um drakma de ouro equivale a mil drakmas de bronze. Por isso, essa moeda dourada em formato de octógono com o símbolo de um H e o rosto do primeiro imperador Hermus na outra face, são comercializadas apenas por nobres. Os plebeus e cavaleiros utilizam os drakma de bronze e algumas dessas moedas já estavam sendo acumuladas por um rei e um cavaleiro. Rey, o caolho, contou em sua palma da mão, vinte e dois drakmas de bronze com seu cotoco que uma vez foi uma mão. Usavam capuzes cinzentos escuros que os cobriam da cabeça aos pés. Agnes ficou sentado, na entrada de um beco estreito e coberto por lixos e varais de roupa. Balançou seu prato de madeira pedindo esmola para os que passavam de um lado para o outro. Cerca de oito drakmas de bronze deslizam pela madeira, chamando por mais algumas moedas.
- Faltam mais quantas? - Indagou Agnes cansado. Estava ali desde antes do sol nascer.
- Com as que você tem no prato, possuímos 30 drakmas.
- Filho da puta! - Agnes amaldiçoou a cidade de Venes e todos que nela habitam.
- Ainda faltam 220 drakmas para comprarmos sua volta para casa, majestade.
- Me diz, sei que eu deveria ter perguntado antes. - Agnes se levantou do chão. - Por que está aqui? Por que passa por isso comigo?
- Por minha honra. - Rey South entrou no beco, tirando de sua frente os panos que percorriam o mesmo. - Me dê o perdão da palavra, mas o senhor não entende como é para um bastardo crescer ouvindo que não sou digno de nada.
Os dois chegaram ao fim do beco, ele se encontra nos limites da muralha do palácio de Venes. Uma alta muralha de tijolos brancos, enegrecida pelo tempo, chuva e limo. Logo abaixo, uma barraca improvisada feita de panos roubados, paus que foram cravados no chão para sustentar o teto esfarrapado, e logo abaixo, mais panos encardidos para afofar o solo frio. Rey se jogou no chão para descansar e Agnes ficou de pé do lado de fora.
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O Prelúdio Da Guerra
FantasiaEm um mundo de fantasia repleto de magia, traições, alianças, mistérios, reinos e famílias nobres, você acompanhará o ponto de vista de plebeus que se encontram no meio de uma luta indesejada, onde nenhum dos lados desejava a guerra. A trama central...