O Prelúdio Da Guerra

Cap.6 - Segredos e Espectativas

Já faz mais de 1 ano que o povo de Jardim Negro em Ilha Veneno, pereciam de fome. O novo senhor da Guerra dos Grimm, Qwenty Dustin, um homem de pele parda das regiões do Deserto de Sangue, começou seu trabalho na corte dos Grimm. Andou pela cidade, pelos distritos mais afetados, sendo eles Toupeira, Tamanduá e Ouriço. Em seu primeiro dia, pode ver pessoas sentadas na rua, pedindo esmolas, roubos em becos e até mesmo cadáveres jogados ao relento. O lugar com maior concentração de pessoas, eram as catedrais. Repletas de fiéis, por mais que famintas, estavam calmas. Em seu segundo dia nas ruas, pode ver que os distritos mais próximos do castelo também estavam nessa mesma situação, o distrito Garça está afogado de pessoas, sendo nas ruas ou nas catedrais. O relatório foi levado diretamente para Antônio.
Nos aposentos de Antônio, Udara gemia sentada em uma cadeira, alisando sua enorme barriga de gravida. Seu marido estava massageando seus pés.

- Nunca na minha vida imaginei que um rei massagearia meus pés. - Dizia Udara sorridente. Havia claridade entrando pela sacada e iluminando o quarto.

- Eu nunca imaginei que alguém me faria tão feliz.

- É? Vem cá. - Ela o beijou e interrompeu com um gemido de dor.

- Eles estão aumentando? - Indagou o homem.

- Já faz alguns dias, mas está tudo bem, Tessele foi pior, você lembra?

- Lembro. - Nesse momento, Qwenty batia na porta. - Entre.

- Com sua licença, majestade, senhora Grimm. - Qwenty curvou a cabeça. - Trago notícias sobre o povo de Jardim Negro.

- É muito ruim?

- Receio que sim majestade, encontrei pessoas mortas pelas ruas, casas enegrecidas que um dia foram comércios e a praça está lotada, não mais do que as catedrais dos Bons-Senhores.

- Precisamos ajudar essa gente. - Antônio parou para pensar um pouco.

- Posso sugerir uma breve solução? - Perguntou Udara gemendo um pouco. - O povo está faminto, estão procurando os Bons-Senhores., e se Antônio em pessoa fizer uma campanha religiosa em nome de Agnes, assim que pode visitar as catedrais e distribuir alimentos.

- É uma excelente ideia senhora.
- Tem certeza? - Perguntou Antônio com cautela. - Acredita que a religião pode nos ajudar nisso?

- As pessoas acreditam em você, Agnes pode ter abandonado eles, mas você não meu amor.

- Está bem, Qwenty, prepare uma carruagem. Sairemos em dois dias;

- Sim, majestade. Eu apenas aconselho trazer seu exército de Musgo Letal para acompanhá-los nessa campanha.

- Assim será feito!

Enquanto isso em Corrente, Elza Ultul continuava demonstrando fraqueza mental e conversas desconexas. Passava boa parte do tempo chorando e sofria sozinha.

- O que aconteceu com ela? - Perguntou Scott Zera para o estudioso Soll de Kalary. Os dois estavam na porta dos aposentados de Adriana. A luz do dia entrava pela sacada com cortinas brancas balançando com o vento. Entre elas, Elza Ultul cantarilava sozinha e as vezes chorava. Costurava um bordado com o símbolo da sua casa, uma coroa verde em um campo branco.

- Ao ser capturada, levada a isolamento total e ser separada das suas filhas assim que nasceram, mexeu com sua mente e sua alma. Acredito que o isolamento só agravou tudo. - Dizia o estudioso Soll. - Vi muitos homens e mulheres viverem e morrerem com a doença da mente, Elza nunca mais será a mesma.

- E o que eu faço?

- Deixa costurar, estudos e registros mostraram que o hábito de repetição é uma forma de acalmar o trauma que passaram.