Os Desejos Mais Sombrios De Uma Alma

* São apenas palavras *

      Eu subi para acordar Alice.

- Princesa? Está na hora de acordar.

      Ela despreguisou e se sentou.

- Onde você estava?

- Lá embaixo. Vamos descer. Vou fazer o café da manhã para nós duas.

- O tio foi embora?

- Ele teve um compromisso, mas ele vai voltar. Vá ao banheiro e desça para tomar café.

   Ela se levantou ainda cansada.

   Nós tomamos café e fomos ver TV.

    Algumas horas depois, por volta das meio-dia, fui fazer o almoço.

- Eu vou fazer o almoço, quando ficar pronto te chamo, tá bom?

- Tá bom.

     Eu fui para a cozinha e, enquanto eu cozinhava, ouvi um barulho na janela.

    Eu me virei para ver o que era.

    E lá estava ele, o alce.

    Eu peguei uma faca correndo, mas fiquei paralisada de medo.

     Ele se virou e me encarou, e depois foi em direção a sala.

    Eu fechei a janela o mais rápido possível e fui para sala.

- Princesa, sai daí e vem ficar na cozinha comigo. Se você quiser eu te empresto o meu celular. - Minha voz era desesperada.

- Por quê?

- Só vem Alice. Não é bom você ficar sozinha aí.

      Ela se levantou e me seguiu até a cozinha.

    Eu fiz o almoço e coloquei na mesa. Quando acabamos, fomos para o quarto.

                                    Arthur.                                       

    Já passava da hora do almoço quando tentei mandar mensagem para Esther, mas tinham cortado a internet da casa, é claro.

      Eu estava morto de fome, então criei coragem para sair do quarto.

    Meu pai assistia TV e bebia, para variar.

    Passei por ele sem olhar em sua direção.

     Eu abri os armários. Estavam todos vazios.

    Eu abri a geladeira, ela estava cheia de cerveja.

- Pai, o senhor não fez compras?

- É claro que não. Não estou com tempo e nem dinheiro.