Esther, uma garota de 16 anos mora com a sua irmã mais nova, Alice de 8 anos e a sua mãe, Fernanda.
Após sete anos da morte de seu pai, sua mãe decide mudar para uma cidadezinha para conseguir trabalhar um pouco menos e passar tempo com as filha...
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Preciso ter certeza de que Alice está bem. Ouvi-la por telefone não será o suficiente, necessito de vê-la aqui.
Ligo para Ayla, para perguntar se posso buscá-la. Não me importo se acordar ela.
- Unh? Alô? - Sua voz está carregada de sono.
- Oi. Desculpa ligar a essa hora, mas preciso buscar Alice.
Ouço ela bufar.
- Leva as coisas dela pra escola amanhã. Não dá pra acordar todo mundo agora.
- É urgent...
- Boa noite. - Desliga.
Droga!!
Preciso saber como ela está. Vou enlouquecer.
Calma, Esther. Ela está bem, claro que está.
Vou até a cozinha fazer algo para comer. Pego um copo de leite e um pedaço de bolo.
"Me ajuda..."
Deixo o copo cair no chão.
Ela repete isso várias vezes e tento ir ao encontro do som.
Ele dá direto para o banheiro.
Vou até a porta, respiro fundo e abro.
Não tem nada. Estou ficando louca?
Entro hesitante.
A porta se fecha. Tento abrir, mas é impossível.
O meu coração acelera. Sinto falta de ar.
Preciso sair daqui.... preciso.... eu....
Caio no chão, sem forças.
Tento me manter firme, mas o cansaço me vence.
É como a morte... Os gritos distantes... os olhos do Arthur... Seu olhar cheio de dor... Minha irmã se fundindo naquele lugar... O frio dentro da casa... TUDO vem como um baque que me abala fisicamente e emocionalmente...
Minha visão embaça e começa a escurecer, e então os meu olhos se fecham lentamente e sinto um peso horrível em cima do meu corpo.
NÃO! POR FAVOR NÃO!
Começo a chorar e a entrar em desespero ao ver que estou na floresta novamente.
Mas dessa vez é diferente... estou amarrada em uma árvore.
Minhas mãos doem como nunca. Seja lá quem me amarrou desejava que eu tentasse me libertar, pois a corda que me prende é áspera o suficiente para cortá-las fora se eu fizer esforço para sair.
Mal enxergo o que está na minha frente, pois uma chuva extremamente pesada invade o meu campo de visão junto a uma escuridão completa.
"VOCÊ VAI SOFRER O QUE EU SOFRI! SERÁ A PRÓXIMA E NINGUÉM TERÁ PIEDADE DA SUA ALMA PODRE E EGOÍSTA! TERÁ O MESMO DESTINO QUE EU, EM UM MUNDO MUITO MAIS MEDONHO QUE ESSE!"
