* Tudo o que sempre quis? *

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   Enquanto elas comiam, Ayla recebeu uma mensagem da sua mãe.


- Minha mãe e meu pai vão viajar, vou ter que ir para casa.



- Que pena. - Ela ficou triste, mas aliviada por poder ficar sozinha sem seu julgamento.



- Quer ir para lá? Vai ser melhor assim, você tá toda machucada e com esses sonhos, nunca se sabe.


- Não, não precisa, eu tô bem.

- Já tia?

- Já linda, eu tenho que cuidar da minha irmã.



        Elas conversaram um pouco mais e lavaram as louças.



    O telefone tocou e Esther foi atender.

- Alô?


- Oi Esther, por que não respondeu as minhas ligações? - Sua mãe estava feliz.


- Estava sem celular, mãe.


- Bom, vou ir aí hoje para pegarmos as nossas coisas, vamos para a casa nova hoje, não é perfeito? - Ela poderia pular de tanta felicidade.

    Esther pensou em contar para a sua mãe.  *Não vale apena contar, ela não vai acreditar e isso vai acabar com a felicidade dela, não a vejo assim a tanto tempo, posso lidar com isso sozinha, não é nada de mais. * Ela pensou e decidiu fingir animação ao telefone.

- Que legal mãe.


- Preciso desligar, estou ocupada.

- Um beijo. - Esther disse, mas ela já havia desligado.

- Era a mamãe?

- Sim pequena, vá tomar banho, vamos para a casa nova. - Sua expressão era pálida.


- Não quero ir. - Ela agarrou mais uma vez a perna de Esther.


- Vocês não podem ir para lá, ainda mais sozinha!


- Vai pro banho princesinha, vamos ter uma conversa de gente grande.


- Por que eu não posso participar das conversas de gente grande?


- Porque você é pequena. Vai logo.


Alice soltou sua perna e foi para o banho.


- Você não vai, não é?


- Não vai acontecer nada, você fala como se a casa fosse desmoronar ou algo do tipo. - Ela foi até o outro lado da cozinha para pegar água.


- E vai, você não se lembra do que aconteceu? Você se faz de sonsa, só pode ser, isso não é brincadeira. - Ele gritava com uma raiva ardente.


- Eu sei que não é brincadeira, e é por isso que estou tentando descobrir, não tá vendo? Precisa de um óculos? - Esther igualou ao seu tom de voz.


- Fala sério! Descubrir o quê? Não descubriu o suficiente?


- Não, eu não vou abrir mão disso.


- E por quê? Você quer morrer?


- Minha mãe tá feliz, e ela não vai me ouvir.


- Aposto que ela vai ficar muito feliz com as filhas mortas também.



   Por um momento, Esther pensou se valeria colocar a sua vida e a vida da sua irmã em risco para ver sua mãe feliz de novo, mas ela sabia que falar com ela não adiantaria nada.


Os Desejos Mais Sombrios De Uma Alma Onde histórias criam vida. Descubra agora