*sangue atraí sangue*

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           Eu corria pelo asfalto com os olhos cheios de lágrimas.



                Eu não iria derramar nenhuma delas por um monstro. Não mesmo.


      Eu estava perto da entrada da floresta quando ouvi uma voz.
     

      
* Ah, não sofra por isso, garoto. Se preocupe com quem merece. A sua amada corre perigo. Perigo o suficiente para matar ela, e você brincando de fazer birra com o papai,  só por que ele te bateu? Corra! *



         Eu senti a moto acelerar sozinha e ela deu um arranco.


      A moto começou a deslizar e eu tentei manter ela na direção certa, mas as minhas mãos tremiam e latejavam de dor.




            Tentei fazer força para deixar ela em pé.

        O meu pescoço doía muito e o meu corpo também.




        Eu estava quase conseguindo manter ela na direção certa quando avistei algo.



          Era o maldito alce!

    

            Eu levei um susto e tentei parar a moto correndo para virar ela, mas a moto ficou pesada e não consegui me mexer e nem mexê-la.



        Eu senti um arranco enorme e a moto tombou para frete. Eu fui para baixo da moto e apaguei.








                                           Esther.                                  

- Agora que você acabou de jantar, vai escovar os dentes, princesa.



- Espere um pouquinho. Minha barriga vai explodir! - Ela se jogou na cadeira.



- Não demore muito.

           Eu comecei  a lavar as louças, quando vi algo.



   
        A minha mente se desconectou do lugar em que eu estava e eu vi Arthur caído no chão perto da  entrada da floresta, sangrando.




     * Ele vai morrer! Você precisa ajudar ele! *




     Uma voz gritou.



            Eu  ouvi alguns passos de um animal.



         Um animal nem um pouco comum para poder fazer aquele barulho com uma chuva tão pessada como a que estava lá fora.

      Sem pensar duas vezes, decidi ir atrás do Arthur.


- Alice, eu preciso sair. Deixe a porta da sala destrancada e se esconda no closet. Eu já volto. Não abra para ninguém, está bem?



- Você está me assustando. Por que eu não posso abrir?


- Não é nada, meu amor. Se alguém chamar você, ou eu mesma te chamar, pergunte a mim ou a quem for qual é o nome do seu antigo passarinho. Se a pessoa não souber, não abra de jeito nenhum. Entendeu?




- Você está me assustando. - Ela me olhou espantada.


     Eu ouvi os passos ficarem mais altos.

- Não é nada de mais. Suba rápido meu amor. Te amo!


       Eu beijei ela e saí correndo.



Os Desejos Mais Sombrios De Uma Alma Onde histórias criam vida. Descubra agora