Esther, uma garota de 16 anos mora com a sua irmã mais nova, Alice de 8 anos e a sua mãe, Fernanda.
Após sete anos da morte de seu pai, sua mãe decide mudar para uma cidadezinha para conseguir trabalhar um pouco menos e passar tempo com as filha...
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Estou sonhando. Sei disso pois enquanto ando, não sinto nada sob os meus pés.
Estou em uma floresta, mas precisamente, ao lado de um riacho.
O Sol está tão brilhante, que tenho certeza de que se fosse real, eu mal conseguiria abrir os meus olhos.
Mas aqui, posso abri-los. E o que vejo é a coisa mais linda de se ver.
A água do riacho é tão cristalina, que parece ser feita de diamantes.
Está rodiado de flores e borboletas. Há também um cervo, que parece tão surpreso quanto eu.
Só então reparo que visto apenas um vestido espojado azul claro. Sem roupas íntimas e nem sapatos. Meus cabelos estão soltos e bagunçados.
Sento-me na beira do riacho e afundo os meus pés.
Por sorte, a água está quente.
Estou balançado as pernas quando ouço alguém chamar o meu nome.
É quase um sussurro. E então, mesmo sem me lembrar da voz do meu pai, percebo que é ele.
- Pai...? - Sussurro, mas tudo some.
- Esther? Vamos, precisamos acordar. O café está na mesa.
Abro os olhos e vejo a minha mãe ao meu lado, me cutucando delicadamente.
Afirmo com a cabeça e fecho os olhos novamente.
Já não estou mais com sono. Fecho os olhos para esconder as lágrimas que insistem em cair.
Me sinto besta por chorar por um sonho.
Ela beija a minha cabeça e saí do quarto, encostando a porta. O que é um milagre, pois ela costuma abrir a janela, falar alto e deixar a porta aberta para que eu acorde.
Depois de um tempo, eu me levanto. Olho para a parede e me assusto por ver que ainda são 06:30h. Pensei que sairíamos mais tarde.
- Ei, Alice. Levante, a mamãe está chamando. - Digo baixinho.
Ela se revira na cama, mas depois de um tempo abre os olhos.
- Você precisa ir tomar banho. Vamos visitar a nova casa hoje.
- Nova casa? - Senta na cama. - A mamãe já achou uma?
Assinto.
- Uma linda.
Ela abre um enorme sorriso.
- Que legal!!! Eu já estou indo. - Com um pulo, ela sai correndo do quarto.
