* sanidade mental *

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      Eu estou ficando louca.

  Completamente alucinada.

       Talvez, eu esteja me tornando um monstro.

             Mas é que seria tão bom se...

                   
                 NÃO!

              Mas a minha imagem naquele espelho é tão... tão surreal.

               Aquela mulher é poderosa, forte. Ela tem tudo o que quer.

          E eu? Tenho uma irmã. Uma garota medrosa.

         Balanço a cabeça tentando me livrar daqueles pensamentos.

          Como eu posso pensar isso da minha própria irmã?

       Sinto o meu coração acelerar.

           Passos.

        São passos vindo em minha direção.

       1...2...3...

         Quatro batidas na porta. Uma voz. Sete palavras. Três perguntas. Um nome, o meu nome.

- Esther? Você está bem? Está passando mal?

          Tento me recompor, e só quando me olho no espelho vejo as lágrimas escorrerem, queimando minha pele em água salgada.

        O sangue sumiu. Tudo sumiu.

- Esther?

- Estou bem. Só estou com um pouco de dor de barriga! - Grito em resposta.

- Ah, sim. Eu e Alice vamos no parque. Você vai mesmo assim?

-  Não. Estou me sentindo mal. Da próxima, talvez.

          Ouço seus passos se distanciando.

            O seu coração bate calmamente.

       Ainda ouço cada movimento, palavra, passos e batimentos cardíacos de todas as pessoas na casa.

           Posso ouvir o chacoalhar das árvores lá fora perfeitamente.

        Me sento no chão, tentando não enlouquecer com a minha própria companhia.

       Quando escuto eles saindo, eu saio do banheiro.

       Vou para o quarto, me sentido um pouco desnorteada.

         Tranco a porta e me deito na cama.

           Tento esvaziar a minha mente, mas ela grita por socorro.

       Fecho os olhos, mas minha imagem no espelho me atormenta.

         Me mexo na cama por vários minutos, tentando fugir da realidade.

       E, então, caio no sono.

            Quando eu acordo, estou em casa.

       Não na minha casa, mas no lugar onde o meu pai está.

        Vejo o mundo pegando fogo.

       Vejo pessoas correndo, animas sem saber para onde ir, crianças chorando e idosos pedindo ajuda.

         Eu olho para aquela situação e caio na gargalhada.

     Não entendo  o porquê, mas aquela imagem me deixa frenética, forte e feliz.

        É como brincar de boneca em minha infância, mexendo as peças para chegarem ao final, e fazer a maioria cair no fogo.

       Acordo assustada, suando.

       Já começou a escurecer e nada do Arthur ou de Alice chegarem.

        Eu sei disso porque ouço apenas dois corações batendo.

        

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